Com um público recorde de cerca de 100 mil pessoas (dado da organização; a Polícia Militar fala em 70 mil), o pré-carnaval eletrônico de Curitiba, realizado na tarde do último domingo (24), no Centro da cidade, teve uma avaliação positivo para a prefeitura e comerciantes que trabalharam na região. Ambos avaliaram a confusão entre um grupo de jovens e a PM, perto do final do evento, como “isolada” e “pequena”. Mas, moradores dos edifícios da Rua Marechal Deodoro estão insatisfeitos com os eventos na via.
“Nossa expectativa era de 60 mil pessoas. Estávamos preparados para um grande público. Havia mas de 400 seguranças, entre ‘stewards’ [ajudantes] contratados de uma empresa privada e agentes da Guarda Municipal. Alem disso, tínhamos um sistema de segurança nos acessos igual ao da Copa do Mundo. Tivemos três ou quatro eventos dentro da festa, dissipados em menos de um minuto. Infelizmente, o evento no cruzamento entre as marechais ocorreu. Mas foi um grupo de cerca de 100 pessoas em um episódio que não durou dois minutos”, disse Igor Cordeiro, superintendente da Fundação Cultural de Curitiba.
Cordeiro ressaltou que espera não ver esse tipo de situação se sobressaindo sobre o evento em si. “Vivemos uma época de intolerância. As pessoas foram lá para se divertir. E, no geral, isso ocorreu. Avaliamos que realizamos mais de sete horas de diversão com total tranquilidade. Curitiba foi notícia em todo o país. Geramos emprego e renda em um evento com 70% de investimentos privados”, argumentou.
As apresentações dos DJs Alok, Illusionize, Rafael Araújo, Repow, Sound Cloup, C.R.O.M.I. e Pombeatz foram sucesso de público neste ano, reforçando uma tendência de crescimento do evento. No ano passado, o então CarnaVibe, como era chamado, reuniu 40 mil pessoas. “ O carnaval de Curitiba é o mais multicultural do país. E a cidade é a capital da música eletrônica. Esses eventos, em geral, são caros e reunimos grandes artistas sem custos para o cidadão. A resposta cava sendo essa”, comemorou o superintendente da FCC.
Comércio
Como ocorre todo domingo, Su Changi abriu sua pastelaria ontem. E elogiou a realização do pré-carnaval eletrônico. “Foi melhor do que na última semana, mesmo com a crise. A confusão foi coisa pequena. Prefiro que tenha a festa”, sorriu o chinês dono da pastelaria Ru Yi.
Já Flávio Roberto, 41, trabalha como porteiro no edifício Garcez, na Rua Monsenhor Celso. Ontem, fez bico no lanchonete do cunhado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, quase na esquina com a área do evento. Ele também elogiou o aspecto positivo do evento para os comerciantes, mas lamentou que “meia dúzia tenha causado confusão”. “Percebemos que iria dar confusão das 17 horas. Até fechamos as portas. Se estivéssemos abertos, eles invadiam. Foi tudo muito rápido, mas assustou. Quem estava fora começou a jogar garrafas na PM. Não sei bem porque. Mas acho que queriam entrar [na área do evento] e já estava lotado. Na minha opinião, o isolamento teria de ser maior”
De acordo com a prefeitura, a Marechal Deodoro foi cercada entre os cruzamentos com a Travessa da Lapa e a Avenida Marechal Floriano. A capacidade da arena foi limitada e a entrada de mais pessoas não foi permitida a partir do momento em que foi atingido o público máximo -- verificado de acordo com os critérios da Polícia Militar.