Curitiba Uma votação aberta vai escolher, nos próximos dias, as mulheres mais influentes do país em 26 áreas de atuação. Oito, das 78 finalistas, são paranaenses ou vivem e trabalham no Paraná. Além do laço com o estado, elas têm em comum uma trajetória profissional de sucesso e ocupam cargos de destaque nas empresas e instituições em que atuam. E se orgulham de resolver com êxito a equação trabalho mais família, mais vida pessoal.
Esta é a primeira vez, em quatro anos de prêmio, que o Paraná tem tantas mulheres entre as finalistas. Até 2006, apenas a médica Zilda Arns havia sido premiada. A explicação é simples e passa bem longe da falta de mérito: apenas agora elas resolveram apresentar seus cases e entrar na disputa. "Estamos tão envolvidas na nossa rotina que, muitas vezes, esquecemos de pensar no papel que representamos para outras mulheres. Eu tinha certeza de que tínhamos cases muito interessantes no estado, faltava apenas apresentá-los", diz a presidente do Espaço Mulheres Executivas, Regina Arns Rocha, que também participou do grupo que escolheu as finalistas.
"Geralmente esses prêmios se concentram no eixo Rio-São Paulo. Então, para nós, já é uma grande vitória estar entre as finalistas", diz a ex-diretora financeira de Itaipu, Gleisi Hoffmann, hoje pré-candidata à prefeitura de Curitiba. Na diretoria da hidrelétrica coordenou o trabalho conjunto entre Brasil e Paraguai para desenvolver programas de saúde na fronteira e a implantação do primeiro pregão eletrônico da binacional, trabalhando com três moedas (real, guarani e dólar).
A saída de Gleisi da hidrelétrica abriu caminho para um fato inédito na Itaipu: pela primeira vez uma funcionária de carreira chegou a um cargo de direção. Antes de assumir o cargo, a engenheira civil Margaret Groff trabalhou por 12 anos na área técnica da empresa. Há nove passou a atuar na área financeira e agora é uma das três candidatas a mulher mais influente do país na área de Economia e Finanças. "Sempre trabalhei com paixão e determinação e preocupada em motivar minha equipe", diz Margaret.
Na área de comunicação, o estado aparece entre as finalistas com a vice-presidente da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), Ana Amélia Filizola. Jornalista, com MBA pela Fundação Getúlio Vargas, ela assumiu o cargo no mais importante grupo de comunicação do estado depois de trabalhar por sete anos na redação do jornal Gazeta do Povo. "A imprensa tem um papel muito importante na situação atual do Brasil e do estado, em que se tenta atingir a democracia restringindo a liberdade de imprensa. As empresas de comunicação como um todo têm de estar fortes, bem orientadas e com os olhos voltados para o que realmente interessa para o cidadão", afirma Ana Amélia.
Já a empresária Magrid Teske fundou a Herbarium Laboratório Botânico, considerada a maior fábrica do país no segmento, numa época em que a fitoterapia era vista com maus olhos pela comunidade médica. "Participei da abertura de um novo mercado no país", destaca.
O trabalho com pessoas é a característica comum entre outras três paranaenses na lista das finalistas. Psicóloga, de Ponta Grossa, a coordenadora da universidade corporativa dos Correios, Sônia Kunitz, assumiu recentemente o cargo na sede da estatal, no Distrito Federal, depois de trabalhar por quase 29 anos na regional paranaense. Já a gerente de recursos humanos da Volvo do Brasil, Sônia Gurgel, disputa a categoria Recursos Humanos, tendo no currículo o comando do programa global de líderes da montadora.
Embora seja arquiteta de formação, é na área de Responsabilidade Social que a diretora do Hospital Pequeno Príncipe, Ety Cristina Carneiro, desempenha seu maior papel como mulher influente. O hospital, uma organização não-governamental, destina 70% da sua capacidade de atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). "Um ponto importante é que vamos muito além das nossas paredes, trabalhando com prevenção, diagnóstico precoce, inclusão e mobilização de pessoas."
A designer Eviete Dacól, fundadora e diretora da Inove Design, representa o Paraná na categoria Arquitetura e Decoração.
Mais de 500 pessoas se inscreveram na fase inicial do prêmio. No início do mês, um conselho diretivo escolheu as três finalistas de cada categoria, que agora participam da votação pelo site www. mulheresinfluentes.com.br. O objetivo da premiação, promovida pela Companhia Brasileira de Multimídia (CBM) e pela Gazeta Mercantil, é reconhecer o talento e a dedicação de mulheres que, segundo a organização, participam e lideram a construção de um país melhor. A votação termina em 14 de novembro.
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