Paranaguá O caminhoneiro que circula nas ruas próximas ao Porto de Paranaguá precisa prestar atenção para não sujar a cidade. O vazamento de carga, mesmo involuntário, é infração gravíssima, conforme o Código de Trânsito Brasileiro, e prevê multa de R$ 191. No litoral, o risco é dobrado. Mesmo quem não abusa da capacidade do caminhão e evita vazamentos, pode ser vítima dos ladrões de carga, que estouram os fundos das carrocerias para recolher o conteúdo e revender. Apesar de não saber que está sujando a cidade, o condutor do veículo é responsável pelo que transporta.
Diariamente pelo menos um caminhoneiro é multado por vazamento de carga ou por jogar nas ruas os restos da limpeza das carrocerias após o desembarque nos terminais. De acordo com dados da Guarda Portuária, 28 motoristas de caminhão foram autuados nos últimos 30 dias.
A cidade recebe em média 4,5 mil caminhões por dia. E mesmo com o aperto na fiscalização, há muita sujeira nas ruas e é comum ver motoristas varrendo as carrocerias, principalmente em frente aos terminais graneleiros.
Além de pagar multa, o caminhoneiro flagrado nesta "limpeza" recebe sete pontos na carteira de habilitação. A mesma regra vale para aqueles motoristas que circulam com carga vazando, vítimas ou não de roubo.
O motorista Valdeci Siqueira foi flagrado pelos policiais militares enquanto limpava o caminhão. "Os policiais estão certos em multar. A cidade está suja mesmo e é preciso fazer alguma coisa. Mas eu levei azar, porque todo mundo limpa a carroceria por aqui", diz.
O infrator só é liberado após varrer toda a área que tenha sujado, seja qual for a situação. Se a carga estiver vazando, o motorista precisa estancar primeiro o vazamento. Caso não seja possível, o caminhão é retido para que seja feita a regularização.
Segundo o comandante da Companhia de Polícia Portuária, Olavo Vianei Nunes, o maior problema é com os caminhões que não saem de Paranaguá, aqueles que fazem apenas o transporte das cargas de dentro do cais do porto até os armazéns das empresas na região portuária. "Os motoristas destes veículos geralmente querem ganhar tempo e dinheiro e transportam mais carga do que a capacidade máxima adequada. Eles chegam a aumentar a altura da carroceria colocando tábuas de madeira nas laterais", conta.