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A cidade de Caxias do Sul (RS) foi considerada, no ano passado, município livre de analfabetismo pelo Ministério da Educação. Com uma taxa de apenas 3,6% de pessoas que não sabem escrever, Caxias tem níveis de alfabetização considerados europeus. Quase 100% da cidade é atendida por rede de água e esgoto, a renda per capita é de quase R$ 21 mil e apenas 5,3% dos moradores estão abaixo da linha de pobreza e precisam ser atendidos pelo Bolsa-Família. As famílias têm um Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) de 0,71, o mais alto do País. É ali que os pobres brasileiros são menos pobres.

A mesma história se repete nos outros 16 municípios com melhor IDF no País. São cidades onde o analfabetismo é mais baixo, há mais emprego e mais circulação de dinheiro e condições de moradia mais razoáveis.

Assim como a riqueza no País, essas cidades concentram-se nas regiões Sul e Sudeste. As 100 melhores são municípios de cinco Estados: São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina.

Há três exceções: duas cidades de Goiás e Fernando de Noronha (PE). A ilha pernambucana, no entanto, está muito longe de ser uma representante da sua região. Paraíso turístico e reserva ecológica, tem população controlada e uma fonte de renda garantida no turismo.

"Fizemos uma análise e há uma correlação muito próxima com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)", revela a secretária de renda e cidadania do Ministério do Desenvolvimento, Lucia Modesto. "Mas há uma vantagem: se há uma concentração de renda na cidade, a pobreza pode ficar escondida nos dados macroeconômicos. O IDF a revela."

Em São Paulo, por exemplo, o IDF mostra que, apesar da riqueza da cidade, as famílias mais pobres não têm tantos problemas de moradia, acesso à água tratada ou escolaridade baixa. Mas podem ter tanta dificuldade de encontrar emprego formal quanto em cidades do interior do Nordeste.

Na próxima semana, o Ministério do Desenvolvimento Social vai abrir o acesso aos dados na sua página na internet. A intenção é que todos os municípios e os Estados possam usar o índice para tentar melhorar as suas maiores dificuldades.

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