Problema foi descoberto porque cidadão pediu imagens para se defender de uma multa irregular| Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo

Inoperantes

Em Curitiba, 23% das câmeras não estão funcionando

Raphael Marchiori

Uma em cada quatro câmeras de segurança de Curitiba não está funcionado. De acordo com a Guarda Municipal, dos 175 equipamentos de videomonitoramento da cidade, 40 estão inoperantes. Os motivos passam pela idade avançada de alguns deles, problemas de conectividade e até vandalismo.

Em nota, a prefeitura de Curitiba informou que realiza constante manutenção nas câmeras e que 13 delas estão sendo substituídas na região central da cidade. Ao contrário das "supercâmeras" de Maringá, porém, os equipamentos da capital gravam 24 horas por dia.

Além disso, segundo a administração municipal, há outros 711 equipamentos voltados para o controle do transporte público e trânsito – adquiridos dentro do PAC da Copa – e que podem servir como prova caso necessário. As imagens desses equipamentos são captadas no Centro de Controle Operacional (CCO), da Urbs.

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83 câmeras até 2016 é o plano de Maringá para reforçar o monitoramento da cidade. Desse total, 25 estão instaladas. À época do lançamento do projeto, no ano passado, o prefeito Roberto Pupin (PP) defendeu que as supercâmeras seriam "ferramentas eletrônicas para coibir, prevenir e combater a criminalidade na cidade".

Anunciado com pompa e circunstância em setembro do ano passado, o sistema de video­­monitoramento que prometia ajudar no combate à criminalidade em Maringá armazena as imagens por apenas seis horas. Segundo a própria prefeitura, isso tem ocorrido por falhas de manutenção.

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O problema veio à tona na semana passada, quando o corretor de imóveis José Flávio Trindade procurou a Central de Monitoramento para obter registros de seu veículo. Ele foi multado em Canta Galo, a cerca de 350 quilômetros da cidade, mas garante que nunca esteve no local. As imagens das "supercâmeras", como ficou conhecido o sistema, auxiliariam no recurso da multa.

"Sempre trafego em vários horários em Maringá e passo por algumas dessas câmeras. Pensei que poderia ter as imagens que servissem de prova. Foi uma surpresa saber que um sistema lançado com tanta pompa não tenha muita serventia", queixa-se Trindade, que teve de recorrer às imagens do circuito interno do condomínio onde mora para contestar a multa e provar que não esteve em Canta Galo no dia e horário da infração.

Segundo o corretor, a ausência de gravação teria sido ocasionada por um problema de atualização, do sistema de informação que perdia o conteúdo e não permitia que as imagens fossem arquivadas.

A falha técnica foi confirmada pelo secretário de Trânsito e Segurança (Setrans) de Maringá, Ideval de Oliveira. Segundo ele, não há manutenção adequada por não haver contrato com nenhuma empresa que preste assistência. Ele afirma que o problema havia sido descoberto no mês passado, e que o município deve abrir licitação para a contratação da empresa no próximo mês.

Oliveira assumiu a pasta depois do encerramento dos trâmites do processo, no ano passado, e diz que não tinha conhecimento do que estava no edital do projeto. "A empresa que venceu a licitação deveria ter informado a ausência da manutenção, mas, ao que parece, não o fez." Das 25 câmeras instaladas, duas estão inoperantes, mas devem ser consertadas nos próximos dias, garante o secretário.

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Guardas da capital foram treinados para consertar aparelhos

Em novembro do ano passado, guardas municipais de Curitiba foram treinados por oficiais do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), ligado à Aeronáutica, para consertar câmeras de segurança. A prefeitura chegou, inclusive, a divulgar que 56 das 175 câmeras que estavam inoperantes naquela época deveriam ser consertadas até o fim de 2013 – o que não ocorreu, já que 40 equipamentos ainda estão inoperantes.

O curso ministrado pelo Cindacta teve 108 horas de aula, das quais 80 foram práticas. A grade do curso, segundo texto divulgado pela prefeitura, incluiu assuntos como eletricidade e eletrônica, aterramento, circuito fechado de TV, câmeras e lentes, redes, direito de imagens, instalação e manutenção.

Pelo texto divulgado pela prefeitura, o curso traria uma economia imediata de R$ 1,6 milhão aos cofres públicos – valor gasto para o restabelecimento do sistema – e de R$ 30 mil mensais com manutenção.