Superdotados também recebem suporte

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O Censo Escolar de 2005 apurou que dos 56 milhões de alunos matriculados do ensino fundamental ao superior, 640 mil (1,5%) precisam de atenção especial. No extremo oposto, só 1.980, ou 0,003% do total, aparecem como superdotados. Na prática, parece mais fácil identificar alunos com déficit de aprendizagem do que aqueles com altas habilidades. Pelos padrões da Mensa, sociedade fundada em 1946 na Inglaterra e que reconhece como superdotados as pessoas com um QI na faixa dos 2% acima da população geral, o Brasil estaria desperdiçando 1,2 milhão de talentos apenas por não saber como identificá-los.

Para mudar este quadro e oferecer um atendimento diferenciado, o governo federal está criando em cada estado um centro específico para esse público. O Ministério da Educação investiu R$ 2 milhões na criação dos Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/ Superdotação (NAAH/S), cada um com capacidade para atender cerca de 60 alunos por ano. No Paraná, a unidade está sendo implantada em Londrina. Mas o estado se antecipou à iniciativa federal e ainda em 2004 começou a implantar as salas de recursos voltadas para esse público.

Hoje existem oito salas de recursos no estado, quatro delas em Curitiba, duas em Londrina, uma em Maringá e outra em Fazenda Rio Grande. Outras duas estão em processo de autorização para funcionamento, em Toledo e Campo Largo. Juntas, estas salas atendem 180 alunos. Trata-se de um serviço de apoio pedagógico. O aluno frequenta o ensino regular e no contraturno tem esse atendimento.

A Secretaria de Estado da Educação promove cursos para que os professores da rede pública aprendam a identificar os talentos. Segundo a responsável pela área de altas habilidades da Secretaria, Joana Schiliam Ferraz, 600 já foram capacitados desde 2003. Àqueles alunos que têm potencial acima da média é oferecida aceleração de estudos.

No Brasil, a definição para o conceito de superdotação abrange, além da inteligência formal, áreas como criatividade, liderança, motivação, artes e desenvolvimento psicomotor. Podem se enquadrar na definição as crianças que tenham talento para a música ou as artes ou que se destaquem em um esporte, por exemplo. (M.K.)