Cascavel – A Cadeia Pública de Cascavel voltou a passar por momentos de tensão nos últimos dois dias, com as ameaças de rebelião provocadas pela superlotação do prédio. A unidade tem capacidade para 140 detentos, mas ontem abrigava 438 pessoas, algumas delas já condenadas pela Justiça. Os presos ameaçam impedir a entrada de novos detentos até que a superlotação seja amenizada pelas autoridades de segurança.

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Na frente da cadeia, parentes reivindicam tratamento médico adequado aos internos e agilidade nos processos de transferências dos condenados pela Justiça. O protesto ecoou dentro da prisão. Anteontem, os detentos impediram que outros colegas fossem levados para as audiências agendadas no Fórum local. Eles também ameaçaram matar um preso recém-chegado.

Apesar dos tumultos, a polícia recolheu dois novos internos nas últimas 24 horas. O delegado-chefe da 15.ª Subdivisão Policial (SDP), Amadeu Trevizan Araújo, disse que a polícia não será refém das ameaças. Entretanto, o policial reconheceu que a situação é preocupante. Para ele, o risco de uma nova rebelião existe porque a segurança na Cadeia Pública é precária.

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Nos últimos dois anos, foram quatro rebeliões, inclusive com presos feridos e mortos pelos próprios colegas. A Operação Cascavel Segura, que terminou no último fim de semana, também contribuiu para aumentar a superlotação da cadeia. A operação efetuou 83 prisões em flagrante, sendo que boa parte dessas pessoas foi encaminhada à unidade central.

Após negociação entre o delegado, o juiz da Vara de Execuções Penais, Paulo Damas, e a Secretaria Estadual de Justiça, foi autorizada a transferência imediata de 25 presos para o Centro de Triagem de Curitiba. "A medida não resolve o problema de superlotação, mas ameniza a situação na Cadeia Pública", afirmou o policial.

Para ele, a problema será resolvido com a entrada em operação da Casa de Custódia, em construção em Cascavel. A unidade terá capacidade para 900 presos. A obra está prevista para ser inaugurada em dezembro próximo. Já o juiz Damas reafirmou que a Justiça realiza todos os esforços para acelerar as transferências de presos condenados às penitenciárias estaduais, que também sofrem com a falta de vagas.