O minipresídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, está proibido de receber presos desde a noite de segunda-feira (22). A superlotação da unidade motivou a interdição total, determinada pelo juiz da Vara de Execuções Penais do município, Antônio Acir Hrycyna. A cadeia tem 535 presos, mas a capacidade é para apenas 172. A sentença determinou uma multa diária de R$ 30 mil à delegada-chefe da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, Valéria Padovani, caso a decisão seja descumprida.
"Não vamos deixar de efetuar prisões, mas não vamos colocar mais ninguém no Hildebrando. Caberá ao juiz que analisar determinada prisão definir para qual outra unidade o preso será levado", garante a delegada. Cerca de 200 detentos do minipresídio já foram condenados e podem ser transferidos para penitenciárias. A transferência de 111 deles foi autorizada no começo da noite desta terça-feira (23), sendo 60 para a a penitenciária de Piraquara e os outros 51 para outras unidades do estado.
Na noite de segunda-feira (22) chegou a haver um princípio de rebelião entre os presos. O Hildebrando já estava parcialmente interditado desde maio de 2011, quando havia 536 presos na unidade, um a mais do que agora.
Outras cidades
Em Sarandi, no Norte do estado, a cadeia pública está interditada desde 2008 pela Justiça local devido ao excesso de presos. São 148 pessoas ocupando um espaço projetado para abrigar 50. No pico de superlotação, a unidade chegou a ter mais de 200 presos. "Apesar da interdição, nós nunca paramos de receber presos. Houve algumas transferências, mas sempre foram de grupos pequenos", afirma o chefe de carceragem da cadeia, Rodrigo Biff. No começo de 2012, cerca de 20 presos foram diagnosticados com tuberculose. Segundo Biff, todos foram tratados e se recuperaram.
Já em Foz do Iguaçu, no Oeste, o problema da superlotação foi resolvido com a ampliação do número de vagas. Quando a cadeia pública Laudemir Neves tinha capacidade para apenas 152 presos, chegou a abrigar 325, o que motivou a interdição da unidade em agosto de 2010. Depois da ampliação, concluída em maio deste ano, a cadeia passou a contar com 628 vagas, sendo 380 masculinas e 248 femininas. "Temos apenas um homem a mais e apenas 138 mulheres presas porque precisamos contratar mais agentes femininas", afirma o chefe de segurança da unidade, Marcos Lopes.
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