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Criminalidade

Suposto ex-membro do PCC compara facção a partido e diz que há políticos envolvidos

Ao falar do poder do PCC, o rapaz cita envolvimento de políticos no grupo criminoso e afirma que a facção é “quem comanda o Brasil” (Foto: Reprodução redes sociais)

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Diversos vídeos de um suposto ex-integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) viralizaram nas redes sociais desde domingo (15). Nos vídeos, o homem que se identifica como “Frank” diz que está marcado para morrer por ter deixado a organização criminosa e faz revelações sobre o funcionamento do PCC.

Em uma das revelações, ele compara a facção a um partido político e diz que o PCC tem muitos aliados em prefeituras e órgãos do governo, incluindo “vereadores, prefeitos e até senador”.

“A facção não é o que alguns artistas MCs mostram ou o que a mídia mostra. A facção é tipo um setor político. O Comando Vermelho do Rio de Janeiro investe em armas, porque para eles é uma guerra. O PCC aqui em São Paulo não age assim. Eles investem em se infiltrar dentro de prefeituras e em órgãos do governo. É como um sistema político, uma revolução. Foi nisso que eu acreditei. Mas, quando começaram a batizar menores de idade e eu precisei ficar isolado em chácaras e a ir para o Paraguai, longe de minha família, pedi para sair”, diz o homem em um dos vídeos.

Ao se dizer arrependido dos crimes que cometeu, Frank diz não concordar com a estratégia da facção de integrar menores de idade para promover a expansão do domínio do PCC nos estados.

O suposto ex-integrante do grupo criminoso diz que resolveu publicar os vídeos como forma de alerta para evitar que jovens entrem para o mundo do crime atraídos pelas promessas de vida fácil e de “luta contra o sistema”.

Frank também afirma que a facção “está em todos os lugares” e se considera um “homem morto” por ter decidido sair depois de alcançar uma das posições mais altas dentro da organização. Ele diz ter planilhas com dados de integrantes e informações sobre o funcionamento do PCC, o que teria pesado em seu desfavor ao manifestar o desejo de sair da facção.

Na linguagem usada pelos criminosos, Frank está “decretado”. Segundo ele explica, isso significa que qualquer um pode matá-lo. Ao falar do poder da organização, o rapaz diz que precisa mudar-se constantemente de casa para tentar fugir do rastreamento dos ex-colegas e afirma que a facção é “quem comanda o Brasil”.

“Até no futebol são os caras que mandam. Boa parte da economia do país é sustentada com o tráfico de drogas, por isso que não para”, completou Frank ao prometer divulgar vídeos de negociação com vereadores e outros crimes assim que conseguir sair do país e encontrar um lugar seguro.

Os vídeos do suposto ex-PCC já somam mais de 30 milhões de visualizações nas redes sociais.

O que diz a SSP

Procurada pela Gazeta do Povo para comentar o caso, a Secretaria de Segurança do estado de São Paulo (SSP-SP) disse que não se posicionaria sobre os vídeos porque ainda não há uma investigação em curso.

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