Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um inquérito para investigar o deputado José Mentor (PT-SP). O pedido partiu do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. O processo está sob responsabilidade do ministro Cézar Peluso, que analisa o caso desde o dia 7 de junho e já pediu diligências.

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Mentor é acusado de receber R$ 300 mil do doleiro Richard Andrew de Mol Van Otterloo para que ele não fosse incluído no relatório final da CPI do Banestado, da qual o deputado era relator.

A denúncia partiu do próprio doleiro que prestou depoimento espontâneo ao Ministério Público de São Paulo na expectativa de conseguir redução de pena. O doleiro foi condenado a seis anos de prisão, mas responde ao processo em liberdade mediante habeas-corpus concedido pelo Supremo.

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Segundo Otterloo, a ordem para que se efetuasse o pagamento partiu do empresário Flávio Maluf, filho do ex-prefeito Paulo Maluf, por temer que a eventual inclusão do nome do doleiro no relatório poderia causar um "efeito cascata" que levasse à conta Chanani, atribuída ao ex-prefeito Paulo Maluf.

Corregedoria

A denúncia contra Mentor também é investigada pela Corregedoria da Câmara dos Deputados. O próprio Mentor encaminhou para o corregedor, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), a decisão do STF de investigá-lo.

Mentor teria como objetivo suspender as investigações na Câmara, a exemplo do que aconteceu com as denúncias sobre a "máfia dos sanguessugas".

Dessa forma, o deputado evitaria mais um processo político, que pode resultar na cassação do seu mandato e na perda dos direitos políticos por oito anos. Mentor já escapou da punição por seu suposto envolvimento no esquema do "mensalão". O Conselho de Ética condenou o deputado, mas ele foi absolvido pelo plenário da Câmara.

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A Corregedoria não deve suspender o processo enquanto correr a investigação no STF, como ocorreu com os denunciados na "máfia dos sanguessugas". A avaliação é que a denúncia envolve a atividade do parlamentar. Quem acompanha o caso diz que certamente o caso seguirá para o Conselho de Ética.

Nos próximos dias, a Corregedoria deverá ouvir Mentor e o doleiro. O depoimento ainda não ocorreu porque o órgão não conseguiu notificar Richard Andrew de Mol Van Otterloo. Mentor já encaminhou sua defesa por escrito. Disse que a denúncia é "absurda". Mas ele deve ter que se explicar de novo e agora pessoalmente.