Mais de 500 pessoas participaram do movimento que percorreu a região central de Curitiba
Um grupo de surdos, professores e familiares realizou na manhã desta segunda-feira (1º) uma passeata pelas ruas do Centro e do Centro Cívico de Curitiba em um protesto em defesa dos direitos dos deficientes auditivos na educação pública do Paraná. De acordo com a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), mais de 500 pessoas estariam participando do movimento, que foi encerrado no fim da manhã em frente ao Palácio das Araucárias, sede do governo estadual. A Polícia Militar informa não ter estimativa do número de participantes.
Entre as principais reivindicações do grupo estão a contratação imediata de professores surdos e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para atuarem em todas as escolas do estado; o ensino de Libras nos cursos de formação de professores, em universidade públicas e privadas; além do ensino de Libras nas escolas onde estudam alunos surdos. Segundo Iraci Suzin, diretora administrativa da Feneis-PR, o protesto é pacífico. "Estamos apenas pedindo o cumprimento de determinações que já estão previstas em lei", diz. O Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), que acompanha a passeata, informou por volta das 10h30 que o movimento não chegava a afetar o tráfego de veículos. A polícia não tinha uma estimativa de quantas pessoas integravam a passeata. Grupos de outras regionais do Paraná, como Foz do Iguaçu e Guarapuava, participam da manifestação.
Secretaria de Estado da Educação (Seed) apóia as reivindicações dos surdos, informou a chefe do departamento de educação especial da secretaria, Angelina Matiskei ."Entendemos a importância da educação bilíngüe. O Estado está mantendo as escolas para surdos, fazendo a inclusão deles nas escolas regulares e investindo na formação de tradutores e intérpretes de Libras", disse.
"Neste ano contamos com 354 intérpretes atuando na rede estadual de ensino. O número só não é maior porque a formação requer tempo e a oferta de profissionais é pequena", explicou Angelina.
A assessoria de imprensa da secretaria municipal de educação informou que dispõe de programa de formação de professores em língua de sinais, além de cursos de capacitação em Libras em atividades do programa Comunidade Escola, voltada para profissionais de educação, além de familiares de surdos e a comunidade em geral.
Segundo a prefeitura, embora não tenha sido feito um agendamento prévio de uma reunião entre os manifestantes e a administração municipal, a secretaria de governo da prefeitura recebeu uma comissão do grupo por volta do meio-dia. As reivindicações foram recebida pelo diretor da secretria, Eduardo Aichinger, que as repassará à assessoria especial de assistência à pessoa com deficiência.
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