O novo delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Riad Braga Farhat, disse ontem que ficou surpreso com a indicação de seu nome para o cargo, já que sempre foi um crítico da instituição. Em cerimônia no Canal da Música, no bairro Mercês, Farhat disse aos jornalistas que vai promover mudanças no rumo da instituição, inclusive com a troca de comando nas delegacias especializadas.
"Fui pego de surpresa com o convite, porque sempre fui muito técnico e crítico à corporação onde eu trabalho. Agora eu vou ser o telhado em que eu tanto joguei pedra", disse durante a entrevista na qual também citou que vai dar uma cara nova à polícia do estado. "Preciso dar minha cara à instituição e chamar pessoas da minha confiança para o comando das delegacias."
Sobre o caso Tayná, que foi apontado como um dos principais motivos para a queda do ex-delegado-geral, Marcus Vinicius Michelotto, Farhat driblou as perguntas dos repórteres e afirmou que é muito cedo para dizer qualquer coisa. "Seria leviano da minha parte me aprofundar nesse caso, já que ainda preciso me inteirar dos fatos para não cometer injustiças". Ele ressaltou que "todo malfeitor será punido".
Afastamento
O ex-delegado-geral Marcus Vinicius Michelotto negou que o caso Tayná, de maneira isolada, tenha causado sua queda do comando da Polícia Civil. "Não vejo que esse seja um caso que justifique o afastamento do delegado-geral. Acho que a mudança foi por causa de um desgaste natural do cargo, que é muito grande. Eu ainda tenho a convicção de que foram os quatro os autores do crime", disse, referindo-se aos suspeitos que alegam ter sido torturados.
Questionado sobre quais casos foram responsáveis pelo desgaste, ele preferiu não citar e apenas reforçou que se trata de algo natural. "Eu não teria problema nenhum de dizer que fui afastado ou que eu tenha caído, como dizem. Mas isso eu já tinha conversado com o secretário desde que assumi o cargo, pois acredito em renovação."
Michelotto já teve seu destino definido e vai assumir o Departamento de Polícia Especializada (DPE), órgão responsável pela coordenação administrativa, técnica e operacional de todas as divisões especializadas da Polícia Civil.
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