O universitário suspeito de agredir o motorista do ônibus que caiu de um viaduto na tarde desta terça-feira (2) no Rio pode ser indiciado por homicídio doloso - quando há intenção ou se assume o risco de matar -, segundo a Polícia Civil. O jovem, que não teve a identidade revelada, deve ser ouvido ainda nesta terça, no Hospital Miguel Couto, na Gávea, na zona sul, onde está internado.
O delegado responsável pelo caso, José Pedro Costa da Silva, da 21ª DP (Bonsucesso), disse que vai pedir a prisão preventiva do estudante de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Rodrigo dos Santos Freire, de 25 anos, e do motorista André Luiz da Silva Oliveira, de 33, que dirigia o ônibus da linha 328. Três testemunhas confirmaram que o estudante pulou a roleta do ônibus, discutiu e agrediu com chutes o motorista o rosto do motorista que dirigia o veículo antes do acidente, o que teria provocado a queda do viaduto. De acordo com informações da polícia, ele teve um ferimento na boca e foi levado para o hospital. "O agressor pode responder por homicídio doloso. Se caracterizado que o acidente foi em decorrência do ataque que ele [universitário] fez ao motorista, ele irá responder por homicídio doloso. Se não houver essa confirmação, o motorista responderá por homicídio culposo (quando não há intenção de matar)", disse o delegado titular da 21ª DP (Bonsucesso), José Pedro Costa da Silva, ao deixar o Hospital Estadual Getúlio Vargas na Penha, zona norte.
O delegado foi ao local para conversar com o motorista do veículo, mas Silva afirmou que o condutor não tem condições de prestar esclarecimentos. "Ele ainda está em estado de choque e não se recorda do acidente. A memória recente dele está prejudicada", afirmou.
Segundo o delegado, o motorista só se recorda do que aconteceu até segunda-feira.
"Ele disse que não se recorda nem de ter ido trabalhar no dia do acidente", disse Silva.
Na terça-feira (2), o motorista, que sofreu fratura de fêmur e traumatismo craniano, disse à polícia que o coletivo foi atingido por outro carro. Para o delegado, ele estava muito confuso horas após o acidente.
O veículo caiu de uma altura de cerca de 10 metros do viaduto Brigadeiro Trompowski -que liga a Ilha do Governador à avenida Brasil- e ficou de cabeça para baixo. O ônibus, da empresa Paranapuan, estava com o licenciamento vencido. De acordo com o Detran, a última vistoria foi feita em 2011. A empresa não foi localizada para comentar o assunto.
Depoimento do estudante
Rodrigo foi reconhecido por foto na delegacia e depois pessoalmente no Hospital Municipal Miguel Couto, na zona sul do Rio, onde permanece internado. Em depoimento, Rodrigo disse que não se recorda do que aconteceu, sequer de ter entrado no ônibus. Segundo ele, sua última lembrança foi o momento em que saiu de casa, no bairro da Cacuia, na Ilha do Governador, para ir para a aula na UFRJ, na Ilha do Fundão.
O depoimento do rapaz, que, segundo o delegado estava bastante emocionado, foi acompanhado da mãe e da irmã. Ele disse que só ficou sabendo do acidente e das sete pessoas mortas pela imprensa, já que há uma televisão na enfermaria onde está internado. "Após as provas testemunhais, não há dúvidas de que Rodrigo foi o agressor do motorista. E o condutor, ao dirigir em alta velocidade, discutir com o passageiro, a ponto de ser agredido, também contribuiu para o acidente. Por isso, serão indiciados por homicídio doloso".
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