Preso sábado (5) à noite em Cascavel, no Paraná, Valmir Ventino da Silva, de 19 anos, suspeito de matar a tiros um estudante da Universidade Fundação Getúlio Vargas (FGV), e ferir outro, voltou a prestar depoimento novamente nesta quarta-feira (9), desta vez no 4º DP, da Consolação, na região central de São Paulo. De acordo com o delegado Paulo Tucci, Valmir voltou a confessar o crime e forneceu a motivação do mesmo.

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"Ele disse que os dois estudantes lançavam olhares e gestos obscenos para a namorada dele. Quando ele pediu para que parassem, ele diz que foi chamado de nordestino, farofeiro e cabeça-chata. Em seguida, ele afirma que os dois estudantes fizeram gestos de que colocariam ele e a namorada dele no colo", disse Paulo Tucci.

Com a prisão temporária de Valmir e do irmão dele, Francisco Macedo da Silva, de 24 anos, já decretada, o delegado afirmou que deverá pedir à Justiça a prisão preventiva dos dois suspeitos. Os irmãos já estão presos temporariamente na capital paulista por suposto envolvimento no atentado que matou o universitário Júlio César Grimm Bakri, de 22 anos, e feriu Christopher Akiocha Tominaga, 23 anos. O sobrevivente está internado e deve sair do hospital até o fim desta semana.

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Caso o poder judiciário converta a prisão temporária de 30 dias em prisão preventiva, os suspeitos terão de ficar presos até um eventual processo ou julgamento.

Para os policiais do 4º Distrito Policial, na Consolação, onde o crime foi registrado e apurado, o caso está solucionado. O delegado Paulo Afonso Tucci, titular do distrito, e sua equipe deverão concluir o inquérito até o final desta semana e relatá-lo à Justiça com o pedido de prisão preventiva. Os irmãos Valmir e Francisco vão responder por homicídio e tentativa de homicídio.

Outro lado

Apesar de a polícia informar à imprensa que os dois suspeitos confessaram o crime e que possui provas técnicas e testemunhais da participação deles no atentado aos alunos da FGV, o advogado da dupla, Getúlio Serpa, contestou versão, antes do depoimento prestado por seu cliente nesta tarde. Segundo o defensor dos irmãos, os dois negam envolvimento no crime e alegam inocência.

Serpa afirmou que irá entrar com um recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo após o Carnaval. Ele vai pedir para que o decreto de prisão contra seus clientes seja anulado e eles possam responder ao crime em liberdade. "Eles são inocentes das acusações. Não cometerem esses crimes", disse Serpa.

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Suspeitos presos

Francisco, que foi detido horas depois do crime num hospital da Zona Leste procurando socorro por causa de um ferimento à bala na perna, estaria preso provisoriamente agora no Centro de Detenção Provisória (CDP) Independência, na Vila Prudente, na Zona Leste da capital paulista, segundo policiais. Antes, havia a informação de que ele também poderia estar na penitenciária de Trembembé, no interior do estado, o que não foi confirmado.

Numa operação conjunta entre as polícias paulista e paranaense, Valmir foi monitorado, teve as ligações telefônicas rastreadas e foi preso no sábado (5) em Cascavel, no Paraná, para onde fugiu de São Paulo e ficou escondido. Ele não resistiu à prisão. No domingo, ele foi transferido para a capital paulista. Nesta segunda-feira (7), estava na carceragem do 77º Distrito Policial, em Santa Cecília, na região central da capital paulista.

Provas gravadas

As principais provas que a Polícia Civil de São Paulo afirma ter para indiciar os irmãos Silva são imagens gravadas por câmeras de segurança de prédios vizinhos ao bar e de um hospital na Zona Leste. Além disso, policiais também têm a confissão de Francisco gravada em vídeo, enquanto ele estava detido num hospital.

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Nas cenas dos prédios, aparecem dois homens com capacetes e armados descendo de uma moto e atirando contra os alunos da FGV dentro do bar. Em seguida, a dupla foge, um dos criminosos sai mancando. As armas do crime ainda não foram localizadas.

Os irmãos aparecem depois em outras cenas, chegando ao pronto socorro do Hospital da Vila Alpina. Francisco vai embora depois de deixar Valmir ferido na perna numa cadeira de rodas com enfermeiros.

Foi no hospital, que a polícia gravou o depoimento de Francisco confessando os crimes, algemado à cama. A defesa do suspeito contesta a veracidade do vídeo, alegando que ele foi torturado para confessar um crime que não cometeu.