No dia seguinte da morte da menina de 9 meses que teria sido espancada pelo ex-namorado da mãe, a polícia informou que o rapaz vai responder por homicídio triplicamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e sem chance de defesa para a vítima), e não mais por tentativa do crime.
Segundo a delegada Márcia Beck Simões, da 22ª DP (Penha), onde o caso está sendo investigado, a mãe da criança e a médica que atendeu o bebê foram intimadas para prestar depoimento.
"Todos os indícios apontam para ele como autor. Mas vamos ouvir a mãe, a médica e quem sabe alguma testemunha aparece, para saber as circunstâncias da morte", afirmou a delegada.
O suspeito está preso na Polinter. A polícia também aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que vai determinar a causa da morte da criança. Segundo a delegada, o inquérito deve ser concluído até o final desta semana.
O bebê foi internado no último sábado (5), não resistiu aos ferimentos e morreu às 17h40 de segunda-feira (7). A menina estava internada em estado gravíssimo no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte do Rio.
Na noite de sábado, médicos chegaram a dizer a policiais que estiveram no hospital que já havia sido constatada a morte cerebral do bebê. A criança chegou ao local com parada cardiorrespiratória e inconsciente. O bebê foi ressuscitado e levado para o CTI. Exames mostraram que a menina sofreu fratura de clavícula, hematomas e hemorragia cerebral.
Como foi o caso
O jovem de 19 anos, que é ex-namorado da mãe, foi detido por suspeita de agressão. A mãe, que fez a denúncia, acredita que ele tenha agido em vingança pelo fim do relacionamento. Ela contou que no sábado, antes de sair para o trabalho, deixou a filha de 9 meses na casa dele, porque não tinha babá. Os dois estariam terminando um relacionamento, mas segundo ela, o rapaz era de confiança.
Pouco tempo depois ela recebeu um telefonema avisando que a filha estava internada. A primeira constatação dos médicos era de que a menina havia sofrido uma broncoaspiracão, depois de ingerir o líquido de uma mamadeira e este ter ido parar no pulmão. A menina teve uma parada cardiorrespiratória e entrou em coma.
Mas, no dia seguinte à internação, outros exames foram feitos porque ela não reagia a alguns estímulos. Os laudos revelaram que a criança estava com a clavícula quebrada e tinha vários sinais internos de espancamento em toda a cabeça.
O ex-namorado da mãe foi chamado pela polícia para dar esclarecimentos. Ele disse apenas que a menina havia caído de um colchonete. Segundo a polícia, ele tinha uma convivência rotineira com outras crianças. O rapaz morava num quarto de uma casa onde funciona uma creche no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio.