Mãe de Rachel concedeu neste domingo a primeira entrevista sobre o assassinato da filha
- RPC TV
O ex-presidiário Jorge Luiz Pedroso Cunha, de 52 anos, foi preso neste domingo (9) em Itajaí, Santa Catarina. Cunha é o principal suspeito do assassinato da menina Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre, de 9 anos. A prisão foi feita por policiais civis do Paraná. O crime chocou o país. O corpo de Rachel foi encontrado dentro de uma mala, na madrugada de quarta-feira (5), na Rodoferroviária de Curitiba.
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (Sesp-PR), o suspeito vai fazer um exame de DNA, que será confrontado com o material colhido de Rachel, para comprovar se o ex-presidiário é o responsável pela morte. A polícia informa que equipes continuam trabalhando no caso, inclusive com outras linhas de investigação para solucionar o mais rápido o possível o assassinato. A Sesp informou que novas informações sobre o caso serão repassadas nesta segunda-feira (10).
Mãe de Rachel fala ao Fantástico
Na noite deste domingo (9), a mãe de Rachel, Maria Cristina Lobo de Oliveira, concedeu a primeira entrevista após o assassinato da filha. Bastante abalada, Maria contou ao programa Fantástico que Rachel era uma menina muito madura e amável. "Foi conversado com ela uma semana e meia antes em relação aos perigos, falado abertamente. É claro que com alguns cuidados, em relação ao que cometem com as crianças. Tráfico de órgãos, tráfico de crianças. Os abusos que fazem. Isso nós fizemos bastante", disse Maria. Ao ser questionada se Rachel conversava com estranhos, Maria afirmou que a filha era muito amável. "Com estranhos ela se fechava sempre no início. Mas com o tempo, ela era uma criança muito amável. Fazia muita amizade. As pessoas realmente amavam ela. Era uma pessoa muito querida", definiu.
Suspeito número um
A polícia divulgou uma fotografia de Jorge Luiz Pedroso Cunha, na manhã de sábado (8). Ele é considerado o principal suspeito do assassinato. Desenhista, Jorge Cunha passou 18 anos atrás das grades, depois de ter sido condenado. Em 2005, o Conselho Penitenciário do Paraná aprovou, por unanimidade, um pedido de comutação de pena e ele saiu da prisão no ano seguinte.
De acordo com a Delegacia de Homicídios, o nome do suspeito surgiu na investigação depois que um comerciante o identificou em um álbum de fotos da polícia. O atendente disse ter vendido para Cunha uma mala igual àquela em que o corpo de Rachel foi encontrado.
A polícia afirma ter outros indícios da autoria do suspeito. O ex-presidiário teria se aproximado da menina depois do fim das aulas no Instituto de Educação do Paraná Erasmo Pilotto, onde ela estudava.
Em entrevista coletiva, o delegado Jaime Luz, chefe da Delegacia de Homicídios, disse que as investigações apontavam que a abordagem não ocorreu pela internet, mas por locais que a menina freqüentava. A primeira aproximação, ainda de acordo com o delegado, teria ocorrido cerca de uma semana antes do crime.
"Ele teve toda a paciência, a cautela pra se aproximar dessa criança. Se aproximou sem levantar qualquer suspeita", disse. O delegado contou que não há ainda a confirmação de que o assassino tenha levado a menina a um hotel.
"Ele usufruiu da experiência dele em outros casos, se utilizando desses artifícios, a calma, aparência, a boa conversa, para se aproximar da criança", afirmou.
Ficha criminal
Jorge Cunha tem uma ficha criminal extensa. Além da condenação por homicídio e estupro, ele é acusado de falsidade ideológica, atentado violento ao pudor e falsificação de documentos. Em 2006, Jorge Cunha foi libertado e voltou a ser acusado de um crime no ano passado. A Justiça emitiu um mandado de prisão contra ele por causa de crime de atentado violento ao pudor cometido no Litoral do Paraná. A vítima teria sido um menino, que sobreviveu.
A polícia acredita que o acusado tenha deixado a mala com o corpo de Rachel na Rodoferroviária justamente porque já se preparava para pegar um ônibus e deixar a cidade.
Outro suspeito liberado
Na sexta-feira (7), outro suspeito foi interrogado. A polícia teria, inclusive, recolhido material para exame de DNA, para comparação com o material achado junto com o corpo da menina. No entanto, a possibilidade de que o homem interrogado seja o criminoso está praticamente descartada, segundo os próprios policiais.
Crime
Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina ia e voltava todos os dias sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus. O desaparecimento já estava sendo investigado desde a segunda-feira (3) pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).
A mala foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual, por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do colégio e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram que a menina sofreu violência sexual.
O crime chocou família, amigos, e pais colegas da menina. Rachel cursava a 4ª série no e em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ela ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Este ano recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso.
O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30 de quinta-feira (6) no Cemitério do Santa Cândida. O sepultamento aconteceu debaixo de muita chuva, acompanhado por mais de 100 pessoas, entre amigos, colegas de escola e familiares.
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