Acusação
Gaeco também investiga o Cope pela denúncia de tortura
O Cope também é investigado por suposta tortura contra os suspeitos no caso Tayná. A unidade de elite da Polícia Civil foi designada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para assumir a Delegacia do Alto Maracanã, onde teriam ocorrido os primeiros casos de tortura contra os suspeitos. De acordo com o promotor do Gaeco, André Pasternack Glitz, o delegado titular do Cope, Amarildo Antunes, foi acusado pelos suspeitos durante os depoimentos de levá-los até um córrego atrás da sede da unidade, no bairro Hauer, em Curitiba, logo após terem sido transferidos para lá.
Segundo o promotor, o delegado teria dito que se não falassem iriam nadar no córrego pela manhã. "O Cope também levou um deles até o Litoral para averiguar outra situação e, na volta, teriam parado o carro na estrada e o agredido fisicamente. Portanto, sim, o Cope é investigado por tortura", afirmou.
O delegado Amarildo Antunes nega que tenha havido tortura por parte dele e de policiais do Cope, mas colocou-se à disposição do Gaeco e da Corregedoria da Polícia Civil para esclarecimentos. "[As denúncias] surpreendem, porque não houve tortura nenhuma." (FA e DR)
Afastamento
Destituído, advogado diz ter sido hostilizado durante depoimentos
Antônio Senkovski
O ex-advogado de defesa dos quatro suspeitos Roberto Rolim de Moura Júnior disse ontem que foi hostilizado por policiais durante o interrogatório aos seus ex-clientes no último sábado. Ele classificou a maneira como o processo de sua destituição foi conduzido como irresponsável e disse que vai entrar com pedidos de providências na Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), além de uma representação na Ordem dos Advogados do Brasil contra dois advogados da seccional Paraná da entidade.
Ele disse que, depois de ter sido destituído, foi obrigado a ficar em uma parte escura do prédio da Sesp, sendo "vigiado" por um policial que usava uma lanterna. "Fui hostilizado, fui mantido fora da sala para aguardar uma cópia do documento de destituição e não me forneceram sequer uma cópia do vídeo do depoimento", disse.
O promotor de Justiça Paulo Sérgio Markowicz de Lima negou que Rolim tenha sido hostilizado. "Um dos réus falou que na verdade queria falar e que já não confiava mais no advogado. Então, a iniciativa de desconstituir o advogado partiu dos próprios réus."
Os quatro homens suspeitos da morte da menina Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, foram soltos ontem por determinação da 1.ª Vara Criminal da Justiça de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O pedido de liberdade provisória havia sido solicitado pelo Ministério Público (MP) do Paraná.
No mesmo dia, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP e a Corregedoria da Polícia Civil pediram oficialmente as prisões de policiais envolvidos na suposta tortura cometida contra os suspeitos. No total, foram encaminhados ao Juízo Criminal de Colombo 15 pedidos de prisão preventiva, entre eles a do delegado Silvan Rodney Pereira, que dirigia a delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, quando os quatro suspeitos foram presos.
Também foi solicitado o afastamento de nove agentes públicos. Até o fechamento desta edição, a Justiça ainda não havia se manifestado. "A maioria dos pedidos são relacionados a policiais civis. Os afastamentos também, que podem servir caso não haja prisão, pois um funcionário público pode se valer da função para atrapalhar uma investigação, por exemplo", explicou o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti.
Em depoimento, os acusados do crime disseram ter sido torturados em pelo menos quatro unidades: nas delegacias do Alto Maracanã, Campo Largo e Araucária, e no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Entre as práticas citadas estão surras em pau de arara, choques elétricos e até empalamento. Eles afirmaram ser inocentes e que confessaram a morte de Tayná por não terem suportado mais as sessões de tortura.
Soltura
Os homens deixaram a Casa de Custódia de Curitiba, em Araucária (RMC), onde estavam detidos, por volta das 18h40, dentro de dois carros do Gaeco. Eles foram levados para a sede do grupo, no bairro Ahú, em Curitiba. O novo advogado dos suspeitos, Andrey Salmazo Poubel, solicitou a entrada dos quatro no Programa de Proteção à Testemunha do Paraná.
O coordenador do programa é o próprio Batisti, que chefia o Gaeco. De acordo com o promotor, apesar da solicitação, não há garantia de que o pedido seja aceito porque depende de uma análise minuciosa. "Há uma equipe técnica, com psicólogos e assistentes sociais, que entrevista as testemunhas. Depois, um colegiado decide", explicou.
Batisti disse que o programa prevê mudança de residência, podendo haver até transferência de estado. A testemunha não pode deixar rastros e, por isso, o contato até com a família é vedado, sendo feito apenas com prévia autorização.
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