Policiais da 167ª DP (Paraty) ouvem o depoimento de três pessoas que estariam na embarcação que teria atingido o alemão Christian Wölffer no Saco de Mamanguá, na quarta-feira (31), em Paraty, no Litoral Sul Fluminense. As informações são da própria delegacia.
Ainda segundo a polícia, o nome delas foi citado através de informações passadas pelo Disque-Denúncia. Uma das pessoas chegou acompanhada de advogado e da mãe, e seria morador do município de Cunha, na divisa de Paraty com São Paulo. De acordo com o delegado Alessandro Petralanda, há várias linhas de investigação e seis localidades, incluindo o município de Cunha, foram visitadas no sábado. Segundo ele, novas diligências são feitas neste domingo (4).
O empresário paulista José Kalil Filho, que ajudou a socorrer o empresário alemão em seu bote também já foi ouvido pela polícia.
Fernanda pegou caiaque para prestar socorro
Ainda de acordo com o investigador Luiz Carlos Batista, os atores Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima, que ajudaram a socorrer Christian Wölffer no dia do acidente, estão muito abalados e não têm condições de prestar depoimento neste fim de semana. O casal e o empresário alemão estavam hospedados na mesma casa.
"Eles contam que estavam conversando e o Christian disse que daria um mergulho. Então ouviram gritos de socorro. A Fernanda pegou um caiaque e foi a primeira a vê-lo, enquanto o Rodrigo foi a nado", contou o investigador. "Eles estão muito abalados, começam a chorar ao tocar no assunto. Ainda não foram ouvidos na delegacia porque não têm condições de prestar depoimento".
Data será marcada na segunda
Rodrigo e Fernanda informaram ao investigador, que esteve na casa onde estão hospedados, que pretendem retornar ao Rio ainda neste fim de semana. A polícia entrará em contato com o casal de atores na segunda-feira (5) para marcar uma data para o depoimento, que pode ocorrer no Rio ou em Paraty. O proprietário da casa também será ouvido.
"Eles estão dispostos a vir (a Paraty), mas o delegado também pode tomar o depoimento no Rio", disse o investigador.
Morte é alvo de duas investigações
A morte do empresário alemão é investigada pela Polícia Civil e a Capitania dos Portos.
O delegado Alessandro Petralanda informou que o responsável vai responder criminalmente por homicídio culposo podendo pegar 3 anos de prisão. Em caso de omissão de socorro quando resulta em morte, a condenação é de 1 ano e meio ou multa.
Ainda segundo o delegado em entrevista ao RJ TV, "a princípio foi imprudência de quem estava na embarcação porque estava muito próximo à costa e acabou atropelando uma pessoa que estava se banhando".
A Capitania dos Portos determinou a abertura de um inquérito para investigar a morte do empresário. Segundo o capitão Wilson Pereira de Lima, mesmo sem o laudo oficial do Instituto Médico Legal, as suspeitas levam a crer que o estrangeiro foi atingido por uma embarcação.
"Como há suspeita de que houve um acidente decorrente de um choque com embarcação, eu determinei a abertura para apurar os fatos. O inquérito será conduzido por um agente da Capitania em Paraty", disse o capitão.
Segundo a Capitania dos Portos, o laudo do IML será fundamental para esclarecer o tipo de embarcação que atropelou o empresário.
Laboratório diz que empresário teve dois cortes das costas
O Laboratório Técnico de Embalsamamento e Formolização, responsável por embalsamar o corpo de Christian Wölffer, informou que o atestado de óbito aponta que o empresário sofreu anemia aguda por hemorragia interna.
De acordo com o laboratório, o corpo de Christian Wölffer apresenta dois cortes transversais nas costas, provavelmente causados por hélices de embarcação. A embalsamação do cadáver começou na sexta-feira e deve durar mais de 72 horas.
Empresário de vinhos
Christian Wölffer morava nos Estados Unidos onde tinha um dos vinhedos mais conhecidos do mundo, nos Hamptons, em Nova York. Ele conta em seu site que herdou do pai a paixão pelo vinho, e que não tinha experiência neste ramo quando começou o negócio, em 1987.
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