Polícia tem três suspeitos pela morte de mais um travesti em Curitiba

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Foram colhidos na tarde desta segunda-feira (15) os depoimentos das duas pessoas que sobreviveram à execução de uma travesti no sábado (13) em Curitiba. A Delegacia de Homicídios diz ter a identificação dos três suspeitos - os nomes não foram revelados para não prejudicar as investigações. O inquérito até o momento aponta que o crime foi motivado por dívidas com o narcotráfico.

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O crime não teria relação com a quadrilha que executou quatro travestis nos últimos meses, apesar das semelhanças da suposta motivação. Os únicos elementos em comum, segundo o delegado titular da Homicídios, Hamilton da Paz, são as dívidas com o tráfico das vítimas e o fato das vítimas serem travestis. No início das investigações do caso da série de quatro assassinatos em pouco mais de um mês, a polícia negava que havia ligação entre os crimes.

As travestis Rafaele e Soraia e o companheiro delas, André Luiz Barragana Tomazini, 30 anos, foram pegos de surpresa por três homens armados por volta das 22h de sábado em uma pensão localizada na Rua Iapó, bairro Rebouças. Rafaele, que não havia sido oficialmente identificada até o início desta manhã, foi morta no local. Soraia, cujo nome de batismo é José Mario, foi baleada na boca e André levou três tiros na barriga - estes dois não correm risco de perder a vida e recebem atendimento no Hospital Evangélico.

Rafaele seria usuária de crack e cocaína. Ela estaria devendo cerca de R$ 500 a traficantes, segundo afirmou uma testemunha. A Polícia Civil encontrou um caderno com as anotações de clientes e fornecedores de drogas.

A chamada "lei do silêncio" - quando as testemunhas preferem não dar depoimentos à polícia com medo de serem as próximas vítimas - dá a tônica na pensão: ninguém admite sequer ter ouvido os tiros.

Japonês

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Esse foi o quinto caso de assassinato de um travesti em menos de dois meses. Os outros quatro casos são atribuídos pela polícia ao bando comandado por Hirosshe de Assis Eda, o Japonês. Eda morreu na semana passada em um confronto com a polícia que também vitimou o policial Valter Aquino Pimentel. O traficante, segundo a polícia, tentava dominar o tráfico na região central de Curitiba.

A Delegacia de Homicídios realizou uma reconstituição de alguns dos sete assassinatos atribuídos a Eda na sexta-feira (12) em um apartamento no bairro Centro Cívico. De acordo com a polícia, os bandidos atraiam as vítimas com a promessa de consumo de drogas no imóvel.