O novo suspeito de ser o autor do crime do Morro do Boi, Paulo Delci Unfried, de 32 anos, foi transferido da delegacia de Matinhos para Curitiba, ontem. Juarez Ferreira Pinto, 42, réu no processo, também permanece preso na Casa de Custódia de Curitiba. Os três advogados de defesa de Juarez entraram com um habeas-corpus no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) na noite de quinta-feira, mas ainda não obtiveram uma resposta.
Unfried segue, por enquanto, sem advogado constituído formalmente. A reportagem entrou em contato com o advogado José Carlos Branco Júnior, que defende Unfried em um inquérito sobre um acidente de carro em que ele é apontado como autor de homicídio culposo. Branco disse que prestou auxílio jurídico a Unfried quando o antigo cliente foi preso, mas não está definido ainda se o defenderá neste novo caso.
Sigilo
Desde a noite de quinta-feira, as autoridades envolvidas na elucidação do crime não dão mais informações sobre o caso sob a alegação de que o processo está sobre segredo de Justiça. O ato que decretou o sigilo temporário com as motivações do segredo, porém, não foi tornado publico, com é comum nesses casos. "É possível que o ato que decretou o sigilo contenha revelações que poderiam frustar a investigação", explica o membro do conselho da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná, Juliano Breda.
De acordo com ele, a regra é a publicidade no processo criminal, mas, em casos específicos, o sigilo pode ser decretado. "O juiz deve ter tido uma motivação justificável para decretar o sigilo e com um fundamento concreto. O segredo de Justiça não deve ser usado para ocultar investigação", opina Breda.
O caso voltou a ter repercussão nacional nesta semana depois que a polícia divulgou que Unfried, preso na semana passada por assalto à residência e estupro, confessou ser o autor do crime do Morro do Boi. Um exame de balística comprovou que o revólver 38 encontrado com ele foi a arma do crime. Desde, então, as autoridades envolvidas na elucidação do caso sofreram fortes críticas, já que não há prova pericial contra Juarez, preso desde o 17 de fevereiro.
A prisão de Juarez ocorreu 17 dias depois do crime, em que Osíris Del Corso morreu e sua namorada, Monik Pegorari de Lima, ficou paraplégica. Eles só foram encontrados no dia seguinte. De acordo com a versão apresentada por Monik, Juarez teria assaltado ela e o namorado e abusado sexualmente dela.
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