Em assembleia realizada ontem à noite, os metroviários de São Paulo decidiram suspender a greve iniciada na quinta-feira. Ontem, 42 metroviários foram demitidos e a categoria condicionou a volta ao trabalho à readmissão do grupo. Uma assemleia foi marcada para amanhã, mas a categoria já decidiu por uma nova paralisação na quinta-feira, dia da abertura da Copa do Mundo.
Ontem, a paralisação, as plataformas e o entorno da Estação Ana Rosa, na zona sul de São Paulo, foram palco do maior piquete dos metroviários. A Tropa de Choque da PM precisou intervir com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para liberar a Rua Vergueiro. A polícia chegou ao local dentro de um trem exclusivo e encurralou os sindicalistas dentro da estação.
Detidos
Ao todo, 13 pessoas foram detidas e tiveram de assinar termos circunstanciados por "paralisação de trabalho de interesse público". A polícia entrou em ação pouco antes das 7h, após manifestantes favoráveis aos metroviários atearem fogo em sacos de lixo para interditar a via. Motoristas ficaram no meio do tumulto. Comerciantes do entorno tiveram de abaixar as portas.
O protesto do lado de fora começou após a PM impedir a saída de cerca de 80 sindicalistas que faziam o piquete dentro da estação, que integra as Linhas 1-Azul e 2-Verde. Ela funciona como um "terminal", o coração da operação parcial.
O grupo de metroviários chegou à Ana Rosa por volta das 4h para impedir que a estação funcionasse, forçando a paralisação do trecho. "Não houve negociação. Estávamos exercendo nosso direito democrático de greve fazendo o piquete na estação. Fomos pegos de surpresa quando a Polícia Militar chegou em um trem na estação", afirmou Felipe Guarnieri, delegado sindical dos Metroviários. Pelo menos 12 PMs de armaduras, escudos e cassetetes desembarcaram de um trem vazio na Estação Ana Rosa.