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A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) divulgou nota lamentando a decisão do governo de suspender a distribuição de kits de combate à homofobia para as escolas públicas após pressão da bancada religiosa do Congresso Nacional. Segundo a entidade, a notícia foi recebida com "perplexidade, consternação e indignação".

Na avaliação da associação, apesar de a distribuição do material não ter sido cancelada, o recuo do governo é um "retrocesso" e "macula a imagem do Brasil internacionalmente no que tange ao respeito aos direitos humanos". O texto também defende que o princípio da laicidade do Estado está sendo ameaçado "pela chantagem praticada hoje contra o governo federal pela bancada religiosa fundamentalista e seus apoiadores no Congresso Nacional".

De acordo com a entidade, o projeto Escola sem Homofobia, do qual o kit fazia parte, tinha a intenção de enfrentar o preconceito contra a essa população, muitas vezes manifestado de forma violenta. "A cada dois dias uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. É preciso que sejam tomadas medidas concretas urgentes para reverter esse quadro, que é uma vergonha internacional para o Brasil."

O kit de combate à homofobia foi elaborado por entidades de defesa dos direitos humanos e da população LGBT a partir do diagnóstico de que falta material adequado e preparo dos professores para tratar do tema. Ele era composto por cadernos de orientação aos docentes e vídeos que abordavam a temática do preconceito. O material deveria ser distribuído a 6 mil escolas de ensino médio.

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