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Marmeleiro - Empregado acusa MST de violência

Um empregado da Fazenda Araçá, em Marmeleiro, no Sudoeste do Paraná, registrou queixa ontem contra os sem-terra que reocuparam a fazenda na manhã de domingo. No boletim de ocorrência, o funcionário Luiz Tadeu, de 47 anos, afirma que os sem-terra, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o fizeram de refém durante a invasão, agrediram-no com socos e pontapés e ainda teriam ficado com seu aparelho de telefone celular e um relógio.

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Os sem-terra que ocupam uma propriedade da empresa Syngenta Seeds, em Santa Teresa do Oeste, na região de Cascavel, prometem deixar ainda hoje a área pertencente à multinacional. Enquanto eles não concluírem toda a desocupação, porém, a Justiça manterá a multa diária de R$ 2 mil contra o governador Roberto Requião (PMDB) por descumprimento de ordem judicial de reintegração de posse. A dívida do governador chega hoje a R$ 14 mil, considerando que o prazo final para o cumprimento da ordem judicial terminou na terça-feira passada.

Um dos líderes dos sem-terra na invasão da Syngenta, Celso Barbosa, disse ontem que o mutirão para colheita de mandioca na área e para desmontar os últimos barracos deve ser concluído hoje, até o fim da tarde. "Na quarta-feira de manhã não terá mais nada no local", diz. Segundo o líder, praticamente todas as famílias já estão no novo acampamento provisório, num terreno vizinho, pertencente ao Assentamento Olga Benari.

O oficial de Justiça Adélcio Renosto anunciou que fará uma nova visita à área na manhã de quarta-feira. "Se tudo estiver liberado, procedo a reintegração de posse", disse. Ele esteve no local no último fim de semana para confirmar que os invasores estavam mesmo deixando a área e voltou a fazer contato com a liderança do grupo ontem à tarde, por telefone. "Eles me disseram que terminariam a remoção nesta terça-feira."

Os sem-terra invadiram a área da multinacional em 14 de março do ano passado e desde então uma batalha judicial vem sendo travada entre a empresa proprietária da área e o movimento Via Campesina, ao qual são ligados os sem-terra que ocuparam a área. Os sem-terra inclusive contaram com o apoio do governo estadual, que decretou a desapropriação da área e também entrou com recursos contra as decisões judiciais que exigiam a saída dos sem-terra. Só na terça-feira, último dia do prazo dado pela Justiça para a reintegração de posse, os sem-terra anunciaram que deixariam voluntariamente a fazenda.

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