• Carregando...

Porto Alegre – Quatro aviões da TAM com familiares das vítimas da maior tragédia aérea do país chegaram a São Paulo ontem trazendo muita tristeza e indignação. "O clima no avião era horrível, ninguém falava nada, só dava para ouvir as pessoas chorando", diz Eduardo Gordilho, que estava em uma das aeronaves. "Algumas famílias se abraçavam. Foi muito pesado." O movimento no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, começou bem cedo, ainda na madrugada. Os passageiros procuravam o balcão da TAM para obter informações e os cartões de embarque. Foram todos acomodados numa sala especial da Infraero, no terceiro andar do aeroporto, sem que precisassem passar pelo salão de embarque e sem acesso à imprensa. Previsto para decolar às 6h30 da manhã, o avião com os primeiros 67 familiares e amigos das vítimas do vôo JJ 3054 só partiu de Porto Alegre às 9h30. A empresa aérea estava efetuando durante todo o dia o embarque para São Paulo de até três parentes ou amigos de cada uma das vítimas. O atraso na decolagem ocorreu em função do embarque de passageiros regulares e da espera por dois paramédicos que deram assistência durante o vôo. O avião só começou a taxiar a pista às 9h26, sob uma chuva fraca.

O estudante de Engenharia de Produção da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Lucas Fagundes Ferreira, de 23 anos, era um dos passageiros regulares no vôo. "O clima a bordo era de muita comoção, mas o vôo transcorreu normalmente", disse. Os paramédicos fizeram poucos atendimentos durante o trajeto entre Porto Alegre e São Paulo. A companhia aérea TAM manteve todos os procedimentos de um vôo regular.

Até o começo da tarde, outros três vôos partiram da capital gaúcha, o JJ 3050, para Congonhas, com 155 passageiros – a empresa não soube precisar quantos era parentes de vítimas –, JJ 3058, também para Congonhas, e o JJ 3508, para Guarulhos. "Manteremos os embarques nos nossos vôos normais à medida que os parentes e amigos forem nos procurando", informou o assessor de imprensa da TAM Luiz Carlos Franco, que chegou ontem à capital gaúcha, vindo de São Paulo. Ele ainda fez um apelo: "Os que ainda virão embarcar tragam consigo todos os documentos que possam ajudar na identificação dos corpos, vale raio X, exames, o que for possível."

O clima de tristeza e revolta era nítido também entre os funcionários da TAM, que perderam colegas no acidente. Além da tripulação, estavam a bordo outros funcionários da empresa, como o superintendente regional Marco Antonio da Silva. Em São Paulo, a TAM dividiu os familiares em três hotéis.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]