Rio de janeiro e Havana - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirmou ontem que o governo estuda a liberação da venda em farmácias do Tamiflu (fosfato de oseltamivir), medicamento usado contra a gripe A (H1N1) – mais conhecida como gripe suína. O remédio seria vendido com retenção da receita, para evitar a automedicação.

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"Estamos revendo a estratégia de distribuição do medicamento", disse o ministro, confirmando reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo. "A empresa fabricante não teve condições de suprir o que o governo precisava e manter o medicamento na farmácia", afirmou Temporão, acrescentando que, caso a venda do remédio seja liberada, o ministério exigirá garantias do uso racional do Tamiflu. "Temos de evitar a automedicação e a compra sem receita médica porque já foram registrados vários casos de resistência", completou o ministro.

A diferença no ano que vem, prosseguiu Temporão, é que o país já terá uma vacina disponível. Mesmo assim, o Ministério da Saúde vem revendo detalhadamente todos os aspectos do combate à pandemia, desde a compra de vacinas, recomposição de estoques de medicamentos até formação e capacitação de pessoal e estratégias de comunicação.

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O laboratório Roche, que detém a patente do Tamiflu, informou que ainda não foi consultado pelo governo brasileiro sobre a possibilidade de voltar a comercializar o medicamento. Segundo sua assessoria de imprensa, a decisão de não vender o remédio nas farmácias foi tomada a pedido do Ministério da Saúde, e não se deve à falta de capacidade operacional.

Vacina

A Organização Mundial de Saúde (OMS) enviará 200 milhões de doses de vacina contra a gripe A para cem países pobres, incluindo Cuba, informou ontem a di­­retora-geral da entidade, Margaret Chan. "Quanto à vacina, a capacidade mundial de produção é limitada, mas falei com o senhor Ban Ki-Moon, que é secretário-geral (da ONU), para obter algumas vacinas já, seja da indústria ou por outros sócios, a fim de enviá-las aos países em desenvolvimento", afirmou Mar­garet, du­­rante entrevista coletiva em Havana, capital cubana.

"Até o momento tivemos o compromisso por parte das fábricas doadoras e dos países produtores de uns 200 milhões de doses. Essas vacinas estarão disponíveis para a OMS nos próximos 12 me­­ses", disse. Margaret recordou que a OMS já enviou an­­tivirais para 121 países, desde o início da pandemia do vírus H1N1 na América do Nor­­te, em abril.

Margaret disse que, no caso dos adultos, é necessária apenas uma dose da vacina, mas em crianças é prudente aplicar duas doses para garantir a proteção. Já há perto de 25 fabricantes com capacidade de fazer a vacina. Nos próximos meses, pode haver novos produtos para combater a doença, informou ela. A OMS estima que quase 5 mil pessoas já morreram por causa da gripe A. Em Cuba, houve quase 800 casos e sete mortes. As informações são da As­­sociated Press.

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