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Londrina

Tanques de lavar são risco a crianças

Os tombamentos de tanques de lavar roupa sobre o corpo estão entre as principais causas de acidentes com crianças em Londrina, no Norte do estado. Em 2006 o Hospital Universitário (HU) da cidade atendeu 76 casos e, de janeiro a julho deste ano, foram 45. Nos últimos dois anos houve três óbitos em decorrência de queda de tanque no corpo das crianças, mas nenhum foi atendido no HU.

De acordo com o cirurgião pediátrico e chefe da Pediatria do HU, Lúcio Marchese, esse tipo de acidente fica atrás dos ferimentos provocados por automóveis, bicicletas e queimaduras. Entretanto, o tipo de lesão provocada pela "Síndrome do Tanque" pode ser muito grave.

"Quando o tanque atinge a cabeça ou o tórax, que são anteparos rígidos, deixa marcas. Mas no caso do abdome, que é flexível, não há marcas, mas pode ocorrer uma ruptura interna", disse. Vísceras rígidas, como fígado, baço e pâncreas, são os órgãos mais atingidos, sendo que as lesões deste último são as mais graves.

De acordo com o médico, um tanque de concreto simples pesa entre 50 e 60 quilos. Um tanque duplo tem peso que varia de 70 a 90 quilos. O acidente acontece quando, durante uma brincadeira, a criança se pendura no tanque que não está preso no chão e ele cai sobre a criança. A "Síndrome do Tanque", de acordo com Marchese, é uma doença da periferia – ou seja, está associada às condições de vida da camada mais pobre. A solução para o problema é fixar o instrumento de lavar roupa no chão. Para isso, é preciso haver conscientização. "Toda fábrica de tanque deveria fornecer folhetos explicativos alertando para o risco. Além disso, a venda desses tanques deveria ser notificada à Secretaria da Saúde, que poderia então verificar se a instalação está correta", afirma Marquese, que já foi secretário municipal da Saúde.

Quando ocorre um acidente desse tipo, é importante levar a criança imediatamente ao hospital, mesmo que ela não reclame de dor. "A criança pode ter uma hemorragia interna e não sentir nada", explica o pediatra. Marchese alerta para a necessidade de os pais sempre relatarem a situação exatamente como aconteceu ao médico. "Algumas mães têm medo de contar que o tanque caiu em cima do filho e omitem o fato."

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