A nova categoria de táxi que vai funcionar apenas por aplicativos terá tarifa que pode ser até 25% mais cara que a do táxi comum, afirmou a gestão de Fernando Haddad (PT) nesta quinta-feira (8). O valor cobrado, contudo, pode ser flexível já que os taxistas poderão oferecer descontos em suas corridas.
O presidente da SP Negócios, Rodrigo Pirajá, afirmou que São Paulo tem uma demanda reprimida de táxi e, por isso, há ainda espaço para expandir o número de taxistas na cidade. “De maneira conservadora, pode se dizer que há espaço para 15 mil novos carros. O objetivo é incorporar para o sistema algo que não podemos negar a existência.”
Inicialmente, a prefeitura vai ceder 5 mil autorizações para esse serviço, que está sendo chamado de “Táxi Preto”. As novas licenças, contudo, serão distribuídas dando preferência para os motoristas que já estão trabalhando. “Das 2.500 licenças garantidas aos taxistas, os táxis deverão ser adaptados com rampa. A outra metade das licenças ficaram com os demais taxistas que tenham Condutax”, disse o presidente da SP Negócios.
Os taxistas que aderirem à nova categoria não terão taxímetro, mas deverão seguir um padrão: carros pretos com quatro portas, ar-condicionado e ter uma tela que mostre um mapa com o percurso da corrida. Todos os profissionais também devem ter obrigatoriamente o Condutax cadastro de taxistas, pessoal e intransferível, emitido pelo Departamento de Transportes Públicos municipal.
A ideia de Haddad é combater o mercado ilegal de alvarás de táxi. Ele aposta que um motorista interessado em entrar no serviço de transporte de passageiros vai procurar o novo serviço, por ser mais barato, no lugar de tentar comprar um alvará de táxi.
Pirajá afirmou ainda que o valor da licença será bem menor ao praticado hoje para essa nova categoria e que o alvará terá prazo determinado de até 35 anos - referente ao tempo de exercício da profissão. O valor da licença, contudo, ainda não foi definido para prefeitura - um edital deve ser publicado em até 60 dias com as normas da nova categoria.
Sobre o Uber, aplicativo que conecta motoristas particulares a passageiros, o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, afirmou que “todo transporte de passageiro não regulamentado é ilegal”.
Com a ampliação do número de taxistas, explica Pirajá, será desenvolvido um mapa digital com estimativa de custo da corrida, haverá mecanismos eletrônicos de avaliação do condutor -semelhante ao que já existe, por exemplo, no aplicativo 99Táxi, e será proibido a circulação na faixa exclusiva.
Em nota, a Uber afirmou que continuará “operando normalmente”. Diz que seus motoristas prestam serviço de transporte individual privado previsto no Plano Nacional de Mobilidade Urbana e que “aguarda essa regulamentação municipal”.