O londrinense vai começar 2015 pagando R$ 2,95 para andar de ônibus, R$ 0,30 a mais que o preço atual. O aumento de 11,3% é superior à inflação acumulada até novembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 6,55%. O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) deve conceder uma entrevista coletiva hoje para explicar o reajuste. O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) disse ontem que não comentaria o assunto.
Conforme a nota divulgada ontem pela CMTU, o Psiu, um serviço especial de ônibus, com ar-condicionado e acesso à internet, também sofrerá reajuste: custará R$ 3,90. Estudantes de cursos pré-vestibular e do Ensino Superior continuam pagando meia passagem: R$ 1,48. Alunos dos ensinos Fundamental e Médio terão passe livre para ir estudar. A Câmara Municipal aprovou neste mês um projeto de lei autorizando a Prefeitura a destinar R$ 7,2 milhões ao pagamento das passagens desses estudantes a partir de 2015.
Na nota, a CMTU afirmou que "o objetivo [do estudo que definiu o preço da passagem] era conseguir chegar a um reajuste que garantisse a manutenção dos avanços obtidos até aqui e a melhoria dos serviços oferecidos, que em 2015 serão incrementados". Além disso, a nova tarifa "contempla o aumento dos motoristas e cobradores, que ganharam reajuste salarial de 6,5% para janeiro e tiveram elevação do ticket alimentação de R$ 5 para R$ 7 ao dia".
A administração municipal prometeu, para o próximo ano, projetos como o "Centro Livre", uma linha gratuita "que vai passar pelas principais ruas de comércio no Centro" e a criação de uma linha "Inter-hospitais", para "ligar os principais prontos-socorros, hospitais e centros de saúde de Londrina".
RepercussãoO Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (Metrolon) informou que está analisando o decreto municipal que determina o novo preço da passagem e que só vai se pronunciar hoje.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Londrinas (Sinttrol), João Batista da Silva, disse que a preocupação da entidade é saber se esse aumento realmente "contempla o trabalhador na proposta que foi aprovada em assembleia". "Quero crer que [a CMTU] tenha provisionado a reposição das perdas salariais e as cláusulas sociais que foram negociadas." Ele alertou ainda que o valor quebrado, de R$ 2,95, dificulta o troco e cria uma tensão com os cobradores.
O Comitê pelo Passe Livre de Londrina afirmou que não analisou ainda o novo preço, mas que já tem um posicionamento. "Todo aumento é abusivo, o preço tinha de reduzir o preço por causa da qualidade do serviço", avaliou o membro Murilo Pajolla. O problema do preço, na opinião do grupo, é o lucro das empresas. "É como se o SUS [Sistema Único de Saúde] e a educação fundamental [das escolas públicas] tivessem de dar lucro."