São Paulo O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu ontem que o governo não tem garantias de que vá conseguir a extradição do ex-banqueiro brasileiro e ex-dono do Banco Marka, Salvatore Cacciola, que foi preso no último sábado em Mônaco pela Interpol. O ministro afirmou que pode ir a Mônaco para acelerar a negociação de um acordo de reciprocidade a fim de garantir a extradição.
"Se nossa presença em Mônaco ajudar a acelerar a extradição, estamos dispostos a viajar (para lá) se necessário. Faremos o possível, e dentro dos limites da lei, para extraditá-lo", disse Tarso.
A primeira audiência de Cacciola com a Justiça de Mônaco foi remarcada para hoje (estava prevista para ontem). Maria Laura da Rocha, ministra-conselheira da Embaixada do Brasil na França, vai acompanhar a audiência e apresentar o pedido de extradição. A Justiça deve se pronunciar hoje sobre um novo pedido de liberdade feito pelos advogados de Cacciola na Europa.
Tarso avaliou o adiamento como muito "positivo" para o Brasil, porque o Ministério da Justiça pretende concluir até sexta-feira a tradução para o francês do processo contra o ex-banqueiro. Segundo o ministro, o Brasil espera conseguir negociar a extradição por meio de um acordo de reciprocidade.
No fim da manhã de ontem, o governo encaminhou para Mônaco um documento pedindo para as autoridades locais a prisão preventiva de Cacciola para fins de extradição. Para o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, os argumentos do governo brasileiro deverão ser aceitos pelas autoridades de Mônaco. Segundo ele, as razões apresentadas foram bem fundamentadas. "Sempre há chances (para a extradição). Dissemos que é um crime de comoção pública, que a sociedade espera mais do que o governo", afirmou Barreto.