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Foz do Iguaçu – Comerciantes e taxistas argentinos liberaram por volta do meio-dia de ontem o trânsito de veículos e pedestres na Ponte Tancredo Neves, fronteira de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú. A passagem ficou fechada durante três dias e meio como forma de protesto contra medidas do governo argentino.

Os manifestantes decidiram abrir o bloqueio após o governo suspender a taxa migratória por seis meses. Depois de vencido o prazo, caberá ao presidente a decisão de anulá-la definitivamente ou não. A taxa, de R$ 4, era cobrada de cidadãos que deixavam a Argentina. Segundo os comerciantes, o tributo desestimulava o turismo e o movimento de brasileiros no comércio de Puerto Iguazú, que chegou a cair 80%.

Segundo o presidente da Câmara de Comércio de Puerto Iguazú, Arsênio Prituluk, os manifestantes ainda esperam uma definição a respeito do valor do combustível. Há uma semana, estrangeiros passaram a pagar R$ 1,89 pela gasolina comum em Puerto Iguazú. O preço anterior, ainda válido para os argentinos, era R$ 1,39. Apesar da alta, o valor do combustível continua inferior ao cobrado em Foz do Iguaçu, onde o preço médio é de R$ 2,52.

Agora, os comerciantes aguardam o governo aplicar uma decisão da Justiça que ordenou que o combustível tenha o mesmo valor para argentinos e estrangeiros. O pedido para equiparar os preços foi protocolado pela Câmara de Empreendedores de Combustíveis, em agosto.

Outra conquista do movimento foi o compromisso de o governo negociar a suspensão, em um prazo de 20 dias, da taxa aduaneira, cobrada de táxis e carros de turismo que cruzam a fronteira aos sábados, domingos e feriados, cujo valor é cerca de R$ 1,60. A insatisfação pelo pagamento da taxa é que motivou os taxistas a aderirem à manifestação.

Com o fim do protesto, voltam a circular por dia cerca de 20 mil pessoas na fronteira entre Brasil e Argentina, nos dois sentidos. A Ruta 12, de acesso ao Parque Nacional local e ao aeroporto, que havia sido bloqueada na terça-feira, também foi liberada. Durante o bloqueio, pelo menos 80 caminhões por dia deixaram de sair da Argentina em direção ao Brasil, segundo a Receita Federal. Os turistas foram obrigados a cruzar a fronteira a pé para não perder passagens de aviões e ônibus.

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