Histórico
Confusão no início do mês agravou tensão
A tensão entre taxistas regulamentados e clandestinos chegou a causar uma manifestação envolvendo todos os motoristas profissionais que trabalham no Aeroporto Afonso Pena. No dia 3 de novembro, um taxista tentou impedir o embarque de um passageiro que havia aceitado os serviços de um carro com placa do município de Quatro Barras. Houve confusão e o taxista com licença foi detido pela Polícia Militar. Em resposta, outros taxistas mobilizaram a retirada de todos os táxis do pátio do aeroporto, paralisando os serviços durante 30 minutos e causando transtorno no terminal. (JDL)
Táxis clandestinos sem taxímetro ou licença para funcionar têm causado indignação e trazido prejuízos a taxistas regulamentados para atuar no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A ilegalidade dos "piratas", como são chamados, preocupa o Ministério Público, que alerta para os riscos à segurança dos passageiros.
Sempre bem vestidos, os taxistas "piratas" abordam quem desembarca com malas no aeroporto, oferecendo seus serviços e destacando o fato de que cobram mais barato do que os táxis comuns. Entretanto, não aceitam qualquer corrida. "Quando o destino é Uberaba ou Boqueirão [bairros próximos ao terminal] eles encaminham as pessoas para o local onde ficamos. Mas quando a corrida é para Paranaguá ou Santa Catarina, eles sempre levam", conta Rafael Semes, taxista profissional da Cooperativa Aerotaxi.
Semes acrescenta que os motoristas ilegais chegam em carros mais luxuosos do que os táxis comuns, dirigindo modelos como Captiva e Honda Civic, e argumentam que a corrida seria bem melhor num desses carros. Ele ainda diz que quem trabalha no aeroporto sempre ouve histórias sobre os "piratas", mas a ação parece ter se intensificado nos últimos quatro meses. Desde agosto, os taxistas locais vem fotografando e denunciando a ilegalidade à Polícia Militar (PM) e à Infraero, mas nenhuma medida efetiva para acabar com o problema foi tomada.
Uma reportagem exibida ontem pela RPCTV mostrou que o serviço clandestino tem apoio de funcionários de empresas instaladas no interior do aeroporto. Uma funcionária foi flagrada fazendo contato com um dos transportadores clandestinos. Ela perguntou se ele poderia fazer uma corrida até Santa Felicidade. O preço foi definido antes: R$ 90. Sem saber que estava sendo gravado, um dos motoristas disse que dá uma "gorjetinha" para os funcionários que indicam o serviço.
O promotor público Divonzir Borges, de São José dos Pinhais, investiga a irregularidade e afirmou à reportagem da tevê ter certeza de que há uma quadrilha atuando no aeroporto. Ele alerta especialmente para a falta de segurança desse tipo de serviço. "Já tivemos o caso de um empresário que pegou um táxi pirata e foi assassinado. Isso só acontece porque há uma omissão generalizada dentro do aeroporto", diz Borges.
Polícia
Em resposta às críticas de suposta omissão da PM, o subtenente Jair Padilha, do Destacamento Aeroporto, diz que é difícil obter um flagrante, já que as abordagens não ocorrem quando há policiais fardados no local. Além disso, a cooperação de passageiros com os taxistas clandestinos impede uma ação mais efetiva. "Quando vamos interrogar um suposto pirata o passageiro diz que se trata de um conhecido ou que foi ele quem pediu para buscar e nega a abordagem", conta Padilha.
Segundo o subtenente, se a pessoa que está sendo levada não admitir que o serviço será pago, a polícia não pode fazer nada, pois pode caracterizar apenas uma carona. Padilha destaca ainda que a ação dos taxistas regulamentados contra os "piratas" atrapalha a ação da polícia e que a PM está estudando meios de acabar com o problema.
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