Carlos Runfe aprova a medida, mas queixa-se do preço alto do equipamento| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Equipamento

Fabricação e venda de taxímetros não têm concorrência local

Em Curitiba, não há concorrência entre empresas que fabricam taxímetro. A afirmação é de José Carlos Gomes Pereira Filho, gestor da área de táxi da Urbs. "A maioria das marcas não se interessou pelo nosso mercado. Os taxímetros de Curitiba mudam automaticamente a bandeira de acordo com o horário, e não conheço outra marca que tenha esse tipo de tecnologia disponível", explica. Como a frota passou de 2.252 veículos para 3.002 com a nova licitação de placas, e todos terão de instalar taxímetro e impressora, a fabricante FIP deve faturar cerca de R$ 4,5 milhões na cidade.

"Não existe outra marca nos táxis da cidade, e isso encarece muito o preço final. Os taxistas pagam mais pelo taxímetro do que em outras cidades", afirma Evandro Schroeder, presidente da central de táxi Faixa Vermelha. Esse conjunto custa R$ 1,5 mil na planilha de custos da Urbs, valor três vezes maior que o cobrado em São Paulo. Na capital paulista, um taxímetro top de linha custa, já instalado, em torno de R$ 400, ao passo que a impressora sai por R$ 180. A instalação do assessório, entretanto, é facultativa.

O assessor da presidência do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, Giovanni Romano, lembra que no fim da década de 90, o então prefeito Celso Pita baixou um decreto que tornava a impressora obrigatória. A medida fez com que o preço de mercado fosse de R$ 80 para R$ 400. Para acabar com esse aumento abusivo, Marta Suplicy revogou o decreto assim que assumiu o executivo. Romano admite que a FIP também domina o mercado de São Paulo, com 80%, mas existem pelo menos outras três fabricantes paulistas que podem substituir o produto.

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Monopólio

Apenas uma empresa, a FIP, fabrica os modelos de taxímetros usados em Curitiba, que muda automaticamente o valor da bandeira de acordo com o horário. Além disso, apenas três oficinas de instalação na cidade dos taxímetros e impressoras são homologadas pelo Instituto Paranaense de Pesos e Medidas (Ipem) na capital.

Até o fim do ano, todos os táxis de Curitiba deverão instalar uma impressora acoplada ao taxímetro, que emita o recibo com o valor da corrida, os dados do motorista e do carro e a distância percorrida, além de outras informações. A medida – presente no Decreto Municipal 1959 de 2012, que regulamenta os serviços de táxi na cidade –, só está sendo implementada agora porque a licitação dos novos táxis foi a prioridade do último ano no setor.

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O gestor da área de táxi e transporte comercial da Urbs, José Carlos Gomes Pereira Filho, explica que os motoristas antigos da rede foram informados em outubro do ano passado que deveriam se adequar à nova norma. "Os novos taxistas já têm o aparelho instalado nos carros", explica.

A medida dá mais segurança para o passageiro e garante transparência a quem precisa prestar contas da corrida. A nota conta com informações como a data e a hora do embarque e do desembarque, a bandeira utilizada e o valor final. Acoplada ao taxímetro, não é possível adulterar as informações. O valor calculado para a impressora é de R$ 594, e do conjunto com o taxímetro em R$ 1,5 mil.

Opinião dividida

Na praça, a opinião dos taxistas se divide. Alguns se queixam do alto custo da máquina que, somado às taxas de vistorias da Urbs e das mensalidades das centrais, torna-se uma imposição dura de pagar. "É muita taxa. A Urbs manda e a gente tem que obedecer, e eles já dizem onde a gente tem que comprar a máquina", queixa-se Edson Luiz de Cristo, 59 anos e taxista há 15. Carlos Rogério Runfe, por sua vez, avalia positivamente a novidade. "O preço é alto, e a gente não tem escolha de onde fazer a instalação. Só tem dois ou três lugares que eles autorizam. Mas a ideia é boa para dar mais segurança à população", argumenta. "Antigamente tinha taxista vendendo recibo por R$ 5, R$ 10. O sujeito comprava um, ia de ônibus pro aeroporto e fazia um recibo de R$ 100 para pedir reembolso. Agora não tem mais isso", explica Antônio Márcio Furtado, 40 anos, há 15 anos como taxista e um dos novos permissionários da cidade.

A instalação da impressora é feita pelas mesmas empresas que vendem o taxímetro. Existem três oficinas de instalação na cidade, que são homologadas pelo Instituto Paranaense de Pesos e Medidas (Ipem). Pereira Filho diz que o preço do conjunto está contemplado na planilha da tarifa, que tem todos os custos perecíveis dos táxis para calcular o valor da bandeirada e do quilômetro rodado. "Não tem por que o taxista falar que está perdendo dinheiro, porque tudo isso faz parte do que ele ganha", diz.

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