Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
despesa extra

Taxistas de Curitiba reclamam de novas taxas da Urbs

Taxistas e sindicatos da categoria reclamam de novas taxas administrativas da Urbs, que estão sendo cobradas desde o último dia 26 de dezembro em Curitiba, com a publicação de um decreto para regulamentação do serviço na capital do estado. O decreto 1.959 foi assinado pelo ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) e pelo ex-presidente da Urbs Marcos Isfer.

"Nós reclamos, esperneamos com a Urbs, mas acabamos nos sujeitando. Não tem o que fazer, porque todo o poder neste caso está concentrado nas mãos deles", afirmou um taxista que pediu para não ser identificado. Ele aponta que, para compensar, a Urbs deve aumentar o valor da tarifa cobrada dos usuários ainda neste ano. "Tem rumores de que esta revisão já está prevista, inclusive. Mas não queremos isso. A gente ganha mais por corrida, mas menos passageiros vão querer usar táxi", diz.

Outro taxista reclama da falta de transparência da Urbs em relação às novas taxas. Ele afirma que ainda não houve uma comunicação oficial sobre a cobrança e que parte das informações chega por meio de boatos entre os colegas de profissão. "A gente sabe do que se diz nos pontos", resume.

Nova tabela

Segundo o Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários no Estado do Paraná (Sicavrep), representado pelo seu presidente, Pedro Chalus, as taxas nunca foram cobradas e são abusivas. "A Urbs não apresentou justificativa nenhuma para a cobrança e também não ouviu a categoria", alega.

Segundo Chalus, a nova tabela contempla uma taxa de administração no valor de R$ 120 que nunca foi cobrada. Essa taxa deve ser paga no ato da vistoria dos veículos, duas vezes ao ano, somando R$ 240. De acordo com a Urbs, no entanto, a taxa de R$ 120 deve ser paga uma vez por ano e se refere às duas vistorias.

Chalus também aponta que as multas administrativas, que variam de acordo com as infrações cometidas pelos motoristas de táxis, também dobraram de valor. A carteirinha dos taxistas – que era renovada a cada dois anos a R$ 10 – terá que ser atualizada anualmente a R$ 30, segundo o sindicato. Chalus também cita a renovação de autorização para funcionamento de alvará de rádio-táxi, que, com o decreto, ficou fixada em R$ 4 mil, e a autorização para criação de uma nova rádio-táxi, que é de R$ 40 mil.

Segundo o representante do sindicato, há várias outras taxas administrativas, cobradas para tirar autorizações, certidões e cópias de decretos. Todas, segundo ele, implantadas a partir da regulamentação de dezembro.

O presidente do Sindicato dos Taxistas do Paraná (Sinditaxi-PR), Abimael Mardegan, também estranhou a cobrança, já que as taxas nunca existiram. Ele afirma que os tributos estão sendo impostos à categoria, já que não houve, segundo ele, qualquer consulta aos taxistas. "Não houve justificativa por parte da Urbs. Eles fazem o que querem. A Urbs empurra [a responsabilidade] para a prefeitura, a prefeitura empurra para a Urbs", disse Mardegan. "Ninguém sabe para onde vai esse dinheiro. Se a Urbs está com algum rombo, não é justo que os taxistas paguem", alega.

Conforme Pedro Chalus, diretores do sindicato já se reuniram com o presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Salamuni (PV), e com representantes da Urbs pedindo a revogação imediata do decreto, mas que o ato ainda depende de uma reunião com o atual prefeito, Gustavo Fruet (PDT), ainda não agendada.

Outro lado

Segundo a assessoria da Urbs, algumas taxas já cobradas pela empresa antes do decreto foram reunidas na cobrança administrativa de R$ 120. Sobre as outras cobranças, a Urbs esclarece que, como foram instituídas em decreto, é obrigada a cobrá-las dos taxistas.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.