Presidente do sindicato da categoria em SP afirmou em audiência que sem o veto ao aplicativo “não tem como conter a categoria”, “vai ter morte”| Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

Um grupo de aproximadamente 500 taxistas lota uma área externa da Câmara de São Paulo, na tarde desta terça-feira (30), em ato para apressar a votação de um projeto que veta o aplicativo Uber na cidade.

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Por volta das 15h50, parte do viaduto Jacareí, em frente ao Legislativo, estava fechado por cerca de cem carros. Os motoristas vestem camisas com a inscrições “fora clandestinos”.

O Uber é um aplicativo que disponibiliza motoristas autônomos em carros de luxo para fazer transporte na cidade.

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Para os taxistas, eles fazem concorrência desleal porque não pagam os mesmos impostos que os donos de alvarás de taxistas e, por isso, podem cobrar mais barato.

Os vereadores devem votar o veto ao aplicativo em primeira votação na tarde desta terça. Mesmo que seja aprovado, o projeto terá que passar por uma segunda votação.

Os taxistas aguardavam, por volta das 15h50, autorização para entrar no plenário. Enquanto isso, lotavam o plenário externo, que fica na entrada da Casa.

Hostilizado

Integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre), que defendem o Uber, foram hostilizados pelos taxistas na frente à Câmara.

Dois jovens do grupo, Alexandre Júlio e Fernando Holiday, foram atingidos por ovos quando começavam a dar entrevista à TV Gazeta para defender a liberação do aplicativo. Eles dizem que foram agredidos.

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“Levei chutes e tapas, só não vi de onde vinha. A gente estava dando uma entrevista explicando porque somos favoráveis ao Uber quando os sindicalistas começaram a nos hostilizar. Depois, eles partiram para agressão física”, disse Fernando Holiday, coordenador nacional do MBL.

Holiday disse que foram protegidos por guardas metropolitanos e depois pelos policiais militares, que usaram gás pimenta para afastar os taxistas agressores.

O MBL é o movimento responsável pelos protestos contra a presidente Dilma Rousseff.

Entre os taxistas e o Uber, estamos com o consumidor, por isso achamos que o serviço deve ser liberado”, disse Renan Santos.

Morte

O presidente do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de SP), Antônio Raimundo Matias dos Santos, conhecido como Ceará, afirmou em audiência na Câmara dos Deputados que sem o veto ao aplicativo “não tem como conter a categoria”, “vai ter morte”.

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A afirmação foi feita durante discutição da regulamentação no Brasil do aplicativo, e foi reforçada por outro representante da categoria, que voltou a falar na possibilidade de essa disputa por passageiros resultar em violência.

“Pode ocorrer sim uma desgraça porque os motoristas estão revoltados. Um grupo veio falar comigo para dizer que, se a lei não fiscalizar esses clandestinos, eles vão tomar uma atitude. Hoje ele [Santos] deu o recado”, disse Natalício Bezerra, presidente do Sinditaxi (Sindicato dos Taxistas Autônomos de SP), também presente na audiência.

O secretário de Transportes, Jilmar Tatto, afirmou nesta terça que a prefeitura está fiscalizando o Uber. “Nós apreendemos alguns veículos que estão transportando passageiro e cobrando por isso, sem ser táxi, o que na cidade é proibido”.

“Não sei o teor do projeto, não sei exatamente o que está lá [na Câmara]. No momento certo nós vamos opinar a respeito do projeto em si, mas até agora não temos conhecimento do teor do projeto que está em debate na Câmara”, afirmou o secretário.

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