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Águas Profundas

TCU e Petrobrás vão discutir fórmulas para investigar estatal

Rio – Técnicos da Petrobrás e do Tribunal de Contas da União (TCU) deverão se reunir nos próximos dias para que sejam discutidas fórmulas para a realização de investigações mais profundas por parte do TCU nas contas da estatal. A informação foi dada pelo ministro do TCU, Augusto Nardes. Na última quinta-feira, ele manteve reunião com o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, para tratar do tema.

"A conversa foi muito positiva. Nós conversamos sobre a questão dos escândalos recentes na Petrobrás, e o presidente (Gabrielli) se mostrou aberto a, pelo menos, abrir a possibilidade de conversas entre os técnicos do Tribunal de Contas e os da Petrobrás. Ele, inclusive, nos convidou para visitar plataformas de petróleo da estatal para mostrar a complexidade delas", disse.

O ministro do TCU confirmou que o tribunal detectou um superfaturamento de US$ 177 milhões nos contratos para a construção das plataformas P-52 e P-54, mas admitiu a possibilidade da existência de informações conflitantes sobre o levantamento.

O TCU deu prazo à Petrobrás para que responda, em cinco dias, os questionamentos que estão sendo feitos pelo tribunal a respeito da suspeita de superfaturamento nas plataformas.

O presidente da Petrobrás apontou ontem uma "ação política" nos últimos episódios envolvendo suspeitas de irregularidades na empresa. Gabrielli demonstrou irritação com vazamento de relatórios sobre investigações do TCU. Segundo ele, a empresa investiga 17 mil denúncias internas por ano e alguns processos resultam em demissões e até prisões de empregados. "Nós recebemos uma denúncia disso no início de 2005. A denúncia era relacionada com condições de trabalho e alojamento da P-14 (plataforma que foi reformada pelo estaleiro Angraporto)."

O controlador do estaleiro Mauá Jurong, o empresário German Efromovich afirmou ontem que continuará doando recursos a candidatos "comprometidos com a indústria naval brasileira".

Investigação

O Mauá Jurong é investigado pela Operação Águas Profundas, da Polícia Federal (PF), e, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deu dinheiro para a campanha de quatro candidatos petistas na última eleição.

Efromovich voltou a negar as denúncias de participação no esquema de fraudes nas licitações da Petrobrás.

"Fizemos doações a candidatos comprometidos com a indústria naval brasileira e vamos continuar doando a políticos sérios que defendam esse país", afirmou.

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