O desvio de R$ 7,3 milhões que deveriam ser aplicados no auxílio à pesquisa na Universidade Federal do Paraná (UFPR) alertou o Tribunal de Contas da União (TCU) de que situações semelhantes podem estar ocorrendo em outras instituições de ensino superior. Por isso, em sessão plenária, os ministros do TCU determinaram que seja realizada uma “varredura” nos pagamentos realizados em todas as universidades que recebem recursos federais para fomentar a pesquisa.
Segundo o secretário de controle externo do TCU no Paraná,João Manoel Dionísio, uma avaliação preliminar já foi realizada e não foram encontradas fraudes semelhantes a da UFPR. Contudo, o trabalho será aprofundado, buscando cruzar dados de beneficiários de bolsas, para saber se são mesmo pesquisadores (com vínculo institucional e também currículo cadastrado na Plataforma Lattes).
Além disso, diante das “fragilidades” encontradas nos sistemas de pagamento da instituição paranaense, o TCU vai verificar como estão estruturados os procedimentos para a concessão de bolsas nas demais universidades.
Como a Gazeta do Povo divulgou na terça-feira (21), os gastos da UFPR passarão por um “pente-fino” em busca de irregularidades. Ainda não foram definidos quais os departamentos serão auditados. Para o TCU, as pessoas que autorizaram os pagamentos irregulares também contribuíram para permitir a fraude.
Nove servidores da UFPR que tiveram os bens bloqueados para buscar o ressarcimento dos valores desviados de pesquisas para pessoas que não tinham qualquer vínculo com a universidade. Entre as pessoas com indisponibilidade do patrimônio estão a vice-reitora eleita da atual gestão, Graciela Bolzon, que assinou liberações de pagamentos à época em que ocupava cargo estratégico na pró-reitoria, e Edilson Sergio Silveira, ex-pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação.