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Saúde

Técnica da PUCPR combate Mal de Chagas

Uma técnica desenvolvida por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) pode representar uma esperança para portadores da Doença de Chagas. Há sete anos, a equipe do laboratório de regeneração tecidual, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da universidade, vem trabalhando em uma técnica que combina o uso de células do músculo esquelético da coxa com células-tronco retiradas da medula com o objetivo de recuperar áreas lesionadas do coração. O procedimento já é feito em pessoas que sofreram enfarte, mas a expectativa é que futuramente possa beneficiar também quem sofre do Mal de Chagas.

A doença, causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi e transmitida pelo barbeiro, causa arritmia (batimentos caríacos descompassados), perda da capacidade de bombeamento do sangue e o aumento do tamanho do coração, prejudicando o funcionamento do órgão.

Para o coordenador da pesquisa, Luiz César Guarita Souza, o diferencial da técnica está na combinação dos dois tipos de célula. "Quando ocorre um enfarte, uma parte do coração morre e não se regenera mais; o uso dessas células em conjunto permite que essas áreas sejam recuperadas", explica. Segundo o pesquisador, cada tipo de célula desempenha uma função específica. Enquanto as células musculares permitem a regeneração do músculo aumentando a força das contrações e o bombeamento do sangue, as células-tronco, quando implantadas no coração, dão origem a novos vasos sanguíneos, garantindo a circulação na área afetada.

Para o pesquisador, a técnica é uma alternativa para o tratamento de casos de insuficiência cardíaca. "É uma opção a mais, e com a vantagem de usar tecidos do próprio paciente, o que representa menos chance de rejeição", afirma. Por enquanto ainda são poucos os pacientes já beneficiados pelo novo procedimento; entretanto, os estudos com animais mostraram que a técnica recupera a função cardíaca em cerca de 40%.

Recuperação

Um dos primeiros a se submeter ao novo método foi o aposentado Carlos Alberto Manfredini, 64 anos. Após sofrer três paradas cardíacas, Manfredini teve mais da metade do coração comprometido. "Os médicos me indicaram o transplante de coração ou a nova técnica cirúrgica. Deixei a critério deles a decisão", conta. Em julho do ano passado, o aposentado teve as células implantadas no coração. Um ano depois, ele leva uma vida normal, caminha normalmente, dirige e tem 45% da função cardíaca recuperada. "Os médicos falaram que, com o tempo, isso deve melhorar ainda um pouco mais", comemora.

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