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Tragédia aérea

Técnico em segurança de vôo diz que é difícil precisar a causa do desastre

A morte de Deiviti revoltou os familiares: o rapaz não tinha antecedentes criminais e era comportado | Albari Rosa/Gazeta do Povo
A morte de Deiviti revoltou os familiares: o rapaz não tinha antecedentes criminais e era comportado (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

São Paulo – Não é possível afirmar que a falta de ranhuras para o escoamento de água e aumento do atrito na pista principal do Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul de São Paulo, tenha sido a razão do acidente de ontem com o Airbus A320 da TAM. A opinião é do especialista em segurança de vôo Roberto Peterka. "É difícil precisar a causa", afirmou o funcionário aposentado do Comando da Aeronáutica.

"A presença do ‘grooving’ (ranhuras) teria ajudado a aumentar o atrito e, assim, o avião tocaria na pista e pararia mais rápido", diz Petarka. "Isso poderia ter evitado o ocorrido, mas não podemos dizer que foi o responsável."

Piloto

Segundo o especialista, o piloto do aparelho, provavelmente, tentou arremeter – manobra "perfeitamente normal" –, ao perceber que não conseguiria pousar. "A impressão é de que o piloto notou que não seguraria o avião e, então, arremeteu", disse. O procedimento, no entanto, não teve sucesso e isso, segundo Peterka, pode ter ocorrido por diversas razões. "Pode ter sido início tardio da manobra, avaliação errada do piloto ou até falha no avião, no que não acredito." Peterka não descarta a possibilidade de aquaplanagem (pouso sobre água), mas acredita que a chance de o piloto ter frenado a aeronave na pista é remota. "Se tivesse frenado, não teria chegado até o outro lado da avenida."

O avião atravessou a Avenida Washington Luís e colidiu contra o prédio da TAM Express, provocando um incêndio.

Segundo Peterka, o acidente desta terça e a derrapagem de uma aeronave da empresa Pantanal em Congonhas na segunda foram "casualidades pontuais" e não tornam a pista menos confiável.

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