Relógio
Já pensou em ter um relógio que libere a entrada em ônibus e metrôs? Pois ele é usado em países como Turquia, Inglaterra, Rússia e Polônia e, no Brasil, está em teste em São Paulo, Recife e Ribeirão Preto. O watch2pay tem um chip que é lido pelos validadores de sistemas de transporte e efetua o pagamento da tarifa. O relógio foi desenvolvido pela empresa austríaca Laks e é oferecido no Brasil pela Rede Ponto Certo.
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Urbs diz que tecnologia semelhante está no radar para Curitiba
Em Curitiba, a grande novidade em termos de bilhetagem eletrônica dos últimos anos foi o anúncio de que, a partir de agosto, os micro-ônibus só aceitarão cartão-transporte como forma de pagamento. Para viabilizar a medida, a Urbs aumentou o número de pontos de venda e recarga e criou uma nova modalidade de cartão, o avulso, além de anunciar que deve lançar um tipo pré-pago em breve.
De acordo com o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior, o celular é uma das tecnologias que estão no radar do órgão. "Já recebemos inúmeras empresas para falar da tecnologia do celular, mas a ideia é trabalhar com o pé no chão", diz. Por enquanto, a meta da Urbs é trabalhar a pulverização dos pontos de venda dos cartões.
Código-fonte
Embora parcerias sejam bem-vindas, desde o fim do ano passado, o município é dono do código-fonte do sistema de bilhetagem eletrônica que é usado na Rede Integrada de Transporte (RIT). A Urbs havia contratado o Instituto Curitiba Informática (ICI) para desenvolver o produto, que por sua vez subcontratou a Dataprom para tocar o serviço.
O episódio foi amplamente discutido durante as sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara da capital, que avaliou várias questões em relação ao transporte coletivo. A prefeitura chegou a acionar a Dataprom judicialmente para a cessão do código-fonte, mas as partes chegaram a um acordo antes da manifestação da Justiça.
Com esse código, é possível aprimorar o sistema atual, seja o trabalho realizado pela própria equipe de tecnologia da Urbs seja qualquer outra empresa que venha a vencer uma licitação.
Foi-se o tempo em que era preciso carregar fichas para andar de ônibus ou metrô. Mesmo o pagamento em dinheiro é preterido por grande parte dos usuários, que prefere utilizar o cartão-transporte. Para facilitar ainda mais a vida de quem usa transporte coletivo, muitas empresas de bilhetagem eletrônica estão investindo no desenvolvimento de tecnologias que otimizem o tempo dessas pessoas, e o futuro parece estar na tela do celular. Em São Paulo, a SPTrans implantou um sistema de recarga de créditos que é feito inteiramente pelo aparelho.
INFOGRÁFICO: Veja qual será a facilidade com a nova tecnologia
Quem desenvolveu o sistema foi a Rede Ponto Certo, que fornece a tecnologia do Bilhete Único, usado na capital paulista. De acordo com o presidente da rede, Nelson Martins, foram cerca de nove meses de desenvolvimento do produto. O sistema é simples (veja no gráfico desta página): basta baixar um aplicativo no celular para efetuar a compra de novos créditos. O próprio aparelho fará a recarga no cartão. "Atualmente, você precisa ir em loja ou entrar na fila para fazer uma recarga do bilhete único. Com o aplicativo, todo mundo tem um encriptador para fazer as transações", conta.
Como a tecnologia já foi desenvolvida, pode ser replicada rapidamente por todo o país. A Rede Ponto Certo atua em cerca de 300 cidades brasileiras, que já poderiam receber um sistema igual. Por enquanto, cerca de 100 mil pessoas já baixaram o aplicativo na Google Play e as avaliações são positivas. Segundo Martins, o próximo passo é transformar o próprio celular em cartão e usá-lo para liberar as catracas.
Curitiba
Embora a Ponto Certo seja a única empresa que tenha recebido a homologação da SPTrans para operar essa tecnologia em São Paulo, outras companhias também realizam projetos semelhantes. Esse é o caso da curitibana Dataprom, que desenvolveu o sistema de bilhetagem eletrônica em operação na Rede Integrada de Transporte (RIT).
A empresa está criando duas soluções para pagamento utilizando o celular, conforme explica o gerente de integração, João Franqueto. A primeira é substitui o chip SIM CARD de celulares por um modelo compatível com a tecnologia dos validadores. "Isto permitirá que qualquer celular possa se tornar um meio de pagamento, dispensado o usuário da necessidade de utilizar o cartão-transporte, pois o mesmo estará incorporado ao celular", explica.
Outra é a Comunicação por Campo de Proximidade (NFC, na sigla em inglês), similar ao que já é realizado pela Rede Ponto Certo no sistema Bilhete Único, em São Paulo. "Esta tecnologia, apesar de não ser recente, ainda é muito pouco associada ao transporte público, pois os celulares compatíveis são relativamente caros", pondera. Ele também acredita que esse modelo não é tão difundido porque não é usado pela Apple, detentora dos iPhones.
Reconhecimento facial será usado em Araucária
As inovações na bilhetagem não servem apenas para facilitar a vida do usuário do transporte coletivo, mas também são aliadas da gestão pública. Como em muitas cidades há registro de fraude com o cartão-transporte, especialmente aqueles que são isentos de pagamento, a empresa curitibana Dataprom desenvolveu um sistema biométrico por imagem. A tecnologia está presente nas cidades de São José dos Campos (SP) e Manaus (AM) e será testada em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, em 30 ou 40 dias.
De acordo com Sandro José Martins, diretor presidente da Companhia Municipal de Transporte Coletivo de Araucária (CMTC), a ideia da biometria facial surgiu da necessidade de melhoramento do transporte urbano e também para ajudar a conter os custos do sistema. "Em Araucária, a utilização de cartões com isenção custa em torno de R$ 360 mil a R$ 380 mil por mês. O interesse em implantar o sistema é diminuir a fraude, porque nas fiscalizações pegamos muitos casos de uso indevido do cartão. Tenho certeza de que esse custo vai cair pela metade", explica.
Na cidade, a fiscalização já percebeu que os cartões de isentos circulam pelas mãos de filhos, netos e companheiros dos verdadeiros donos do benefício. Por isso, há cerca de cinco meses o município já vem recadastrando esses usuários. A medida, que é periódica, agora é acompanhada de uma foto, que vai servir de comparação com o que for registrado nos validadores, que já foram instalados em toda a frota.
O gerente de integração da Dataprom, João Franqueto, explica como o sistema funciona. Ele registra três fotos do usuário no momento do embarque: um segundo antes de encostar o cartão, ao encostá-lo no validador, e um segundo depois. Assim, são obtidas três imagens que são usadas para identificar uma possível fraude. A comparação entre a foto tirada no validador e a registrada no cadastro é feita automaticamente, por meio de algoritmos.
"Se confirmarmos a fraude, o cartão é bloqueado no dia seguinte", explica Martins. Ele conta que o sistema custou cerca de R$ 900 mil para implantação só falta realizar o treinamento para os motoristas. A estimativa da prefeitura é de que em até cinco meses seja recuperada essa verba, só com o que for economizado em fraudes. Na cidade, o valor da passagem é de R$ 2,70, assim como na rede integrada.
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