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Não só gente, mas também plantas e bichos estão no caminho da usina hidrelétrica de Tijuco Alto. Do nascedouro do Rio Ribeira ao seu estuário – percurso de 470 quilômetros – moram 2.456 famílias de caiçaras, 60 comunidades de quilombolas (presentes na região desde o século 18) e os milenares habitantes de 12 aldeias guarani.

Ali vivem ainda 68 espécies ameaçadas de extinção, como o primata mono-carvoeiro, a onça-pintada, o veado campeiro e o papagaio-de-cara-roxa, além de 42 espécies endêmicas (só encontradas na região), como o beija-flor rajado e o mico-leão-da-cara-preta.

Ecologistas atribuem ao patrimônio cultural e ao conhecimento tradicional um valor igual à riqueza ambiental. Os povos ribeirinhos têm um modo de vida responsável com a natureza, diz Nilto Ignácio Tatto, coordenador do Instituto Socioambiental (ISA), organização não-governamental que faz programas de geração de renda, educação e cultura no Vale do Ribeira.

É graças a essas comunidades, diz Tatto, que este é um dos trechos mais preservados de toda a região costeira do Brasil, abrigando 21% de vegetação contínua do que ainda resta da Mata Atlântica, declarada patrimônio natural da humanidade pela Unesco em 1999.

O vale tem dois milhões hectares de floresta, 150 mil de restinga, 17 mil de manguezais e mais de 270 cavernas cadastradas. A região tem um complexo de 24 unidades de conservação, com mais de 1,4 milhão de hectares. Ali está a maior quantidade de sítios tombados do estado de São Paulo (158), entre eles 75 sítios líticos (de pedra), 82 sítios cerâmicos, 12 sambaquis, 12 em abrigos/grutas e três cemitérios indígenas.

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