As tempestades na Região Sudeste serão duas vezes maiores dentro de 60 anos, se comparado ao volume atual. Nas regiões litorâneas, a ocorrência de fortes chuvas será três vezes mais intensa. A constatação é de um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), feito em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). De acordo com o levantamento, o aumento da temperatura das águas do oceano Atlântico, devido ao aumento do aquecimento global, é a causa direta dessa previsão.
O estudo leva em conta o ritmo de aquecimento do Oceano Atlântico nos últimos 60 anos. As águas ficaram 0,6ºC mais quentes. No mesmo período, a temperatura do planeta subiu 0,8ºC. Além do aumento da temperatura nos oceanos, a urbanização e o efeito estufa intensificam o problema nas grandes cidades.
"As chuvas vão aumentar, isso é fato. Reverter isso é diminuir a emissão dos gases do efeito estufa. No curto prazo, é uma tarefa improvável. O que resta é nos prepararmos para minimizar os efeitos", afirmou o coordenador do Grupo de Elasticidade Atmosférica (Elat) do Inpe, Osmar Pinto Junior.
O Inpe começou a instalar um novo sistema de medição de raios, que vai permitir prever tempestades severas. Batizado de BrasilDAT, o sistema vai permitir que seja identificada a incidência de raios que ocorre apenas no céu. Atualmente, só são registradas as descargas que atingem o solo.
A nova rede terá investimentos de R$ 10 milhões. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste terão o sistema implementado até o fim do ano. No ano que vem, a BrasilDAT estará em todo o país. "O sistema vai permitir que se tenha essa informação com cerca de meia hora de antecedência", observou Pinto Junior.