O tempo mudou da noite para o dia no Paraná. As temperaturas altas (em algumas cidades a máxima foi de 38ºC) e a umidade relativa do ar muito baixa deram lugar a dias úmidos e frios. Os dias de céu claro perderam espaço para fortes chuvas que destelharam casas e deixaram desabrigados em algumas regiões. Em Umuarama, no Noroeste, dez minutos de granizo foram o suficiente para destelhar 900 casas na madrugada de anteontem. Na região de Ponta Grossa, os ventos e a chuva deixaram aproximadamente 153 mil pessoas sem luz elétrica. As equipes da Copel registraram, em dois dias, 933 ocorrências. No município de Iretama, no Centro-Oeste, um menino de sete anos morreu vítima de descarga elétrica, quando a casa dele foi atingida por um raio.

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A brusca mudança, segundo o meteorologista do Simepar Fernando Mendonça, ocorreu devido ao avanço de uma frente fria que estava no Centro-Norte da Argentina, e que por sua vez causou chuvas e ventos fortes no Rio Grande do Sul. "Tínhamos um quadro de forte estabilidade atmosférica e passamos para uma situação de forte instabilidade no Paraná", disse o meteorologista.

Chuvas

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Ontem chegou a chover o equivalente à média histórica para todo o mês de agosto no Paraná, segundo dados do Simepar. Em Guarapuava, no Centro do estado, o acumulado de chuva de 0 às 16 horas de ontem foi de 68,4 milímetros. O valor chega bem próximo ao limite mínimo da média histórica registrada para todo o mês de agosto, que fica entre 69 e 149 milímetros. Em Foz do Iguaçu, no Oeste, foram 23,2 milímetros, contra uma média histórica entre 40 e 125 milímetros em agosto. No litoral a média histórica de chuva para agosto fica entre 57 e 88 milímetros, mas em Guaratuba foram registrados 59,8 milímetros de 0 às 16 horas de ontem.

O meteorologista Marcelo Brauer esclarece que as chuvas que ocorreram neste período não têm relação com o ciclone extratropical que está se formando. Anteontem houve um boato de que um ciclone estaria chegando em Curitiba, o que provocou a saída antecipada de crianças em algumas escolas. "Seus efeitos começarão a ser sentidos hoje, principalmente nas regiões litorâneas e em alto mar", disse. O meteorologista ainda esclarece que o ciclone extratropical deverá causar ressacas no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e agitação da maré no litoral do Paraná.

Capital

Em Curitiba a chuva forte começou na tarde de anteontem. Ontem pela manhã o dia demorou a clarear e por várias vezes a escuridão ressurgia no céu, dando a impressão de que já era noite. Ruas ficaram alagadas, principalmente na avenida Batel e região do Prado Velho. Na Vila Osternack moradores tiveram problemas com alagamentos em suas residências, mas a Defesa Civil não chegou a ser acionada. No bairro São Lourenço uma árvore caiu na rua José Kormann, mas não houve estragos materiais nem feridos.