A forte massa de ar seco que tem mantido há quase três semanas o céu azul e as temperaturas elevadas em todo o Paraná é a principal causa do aumento no número de incêndios ambientais registrados no estado desde o início do inverno. De acordo com dados disponibilizados pelo Corpo de Bombeiros, somente no período entre 21 de junho e esta segunda-feira (10) foram 1.355 casos de incêndios em vegetações e em florestas – 40,2% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando a corporação atendeu a 966 ocorrências do tipo.
Um bloqueio atmosférico configurado nos Andes, entre a Argentina e o Chile, é o que tem impedido a chegada de frentes frias (que trazem chuva) à Região Sul e a boa parte do Sudeste e Centro-Oeste. Este bloqueio, que estabeleceu um veranico entre os últimos dias de julho e as primeiras semanas de agosto, já deixa Curitiba e região metropolitana há 16 dias sem chuva e com termômetros na casa dos 25 ºC durante as tardes.
“É uma configuração bem típica nesta época do ano”, diz o meteorologista Samuel Braun, do Instituto Tecnológico Simepar. Segundo ele, previsões anteriores mostravam uma possibilidade de que o tempo começasse a mudar neste fim de semana. No entanto, alterações meteorológicas já detectadas postergam a possibilidade da chegada de chuva e um pouco de frio somente para a próxima semana.
Somente nos primeiros dias de agosto foram 812 casos de incêndios ambientais no estado, o que já corresponde a 67% do total de ocorrências atendidas durante todo o mesmo mês de 2014. Levando em conta os dados recolhidos pelos Bombeiros desde o dia 1.° de janeiro, 2015 já conta com 4.156 registros de queimadas ambientais. No ano passado, o mesmo período mobilizou 3.497 atendimentos para o mesmo dano ambiental.
“Se compararmos com os dados do ano passado, vemos que o tempo ajuda, e muito, a causar esse aumento”, reitera a tenente Rafaela Mansur Diotalevi, do Corpo de Bombeiros. Ela explica que embora a corporação trabalhe constantemente em atividades de prevenção e orientação à população para evitar as queimadas causadas por ação humana, é praticamente impossível evitar os focos de incêndio gerados por questões climáticas. “Isso, infelizmente, a gente não consegue evitar. Quando o clima origina os incêndios, a gente trabalha diretamente na extinção dos pontos de incêndio e para evitar a propagação”, relata a tenente.
Regiões
De todas as regiões do Paraná, a de Maringá, que compreende o Noroeste do estado, é a que mais registrou casos de incêndios ambientais de janeiro até agosto deste ano. No período foram 986 casos. Em segundo lugar, conforme os dados do Corpo de Bombeiros, aparece a região vizinha, de Londrina, com 910 focos originados até agora. A Região Metropolitana de Curitiba vem logo em seguida. A soma nesta área, que compreende Curitiba e outros 28 municípios próximos, é de 775 casos até agora.
Fechando a distribuição das ocorrências neste ano aparecem Cascavel e região (439), Ponta Grossa e região (416), Foz do Iguaçu e região (398), Pato Branco, Francisco Beltrão e municípios do entorno (242), Guarapuava e região (153) e Litoral, com 32 casos.
“Já que não temos como evitar o incêndio causado pelo tempo seco, alertamos para os casos em que os incêndios são causados pelo próprio homem. É importante seguir certas orientações, como não fazer queimadas, até porque são proibidas, e não jogar lixos em terrenos”, orienta a tenente Rafaela.
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