Os temporais do fim de semana no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina afetaram cerca de 110 mil pessoas. As defesas civis dos dois estados informaram que cerca de 10 mil casas foram danificadas pelo vento forte e pelos deslizamentos.

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As chuvas fortes atingiram 56 municípios em Santa Catarina e 25 no Rio Grande Sul. A maioria localizada na região limítrofe dos dois estados.

O Centro de Informações e Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina prevê para esta terça-feira (29) a chegada de uma nova frente fria na região, com a possibilidade de rajadas de vento e descargas elétricas.

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As defesas Civis dos estados estão distribuindo mantimentos, lonas plástica e fornecendo abrigos as pessoas desalojadas.

Santa Catarina

Quatorze dos 56 municípios de Santa Catarina atingidos pelas fortes chuvas do final de semana decretaram situação de emergência, conforme balanço da Defesa Civil do Estado atualizado às 19h. Estão desabrigadas (na casa de vizinhos ou parentes) 3,1 mil pessoas e desalojadas (em abrigos públicos), 2,1 mil. Mas estima-se que o número de pessoas diretamente afetadas chegue a 78 mil.

A Defesa Civil estima que o número de casas danificadas ultrapassam e o A Defesa Civil registrou problemas em várias regiões catarinenses: granizo no oeste, alagamentos no meio-oeste e destelhamento de casas no sul, entre outros. O relatório do órgão informa eventos adversos em 56 municípios, incluindo enxurrada, alagamento e vendaval.

As cidades de Antônio Carlos e Chapecó já encaminharam o decreto de situação de emergência. A Defesa Civil de Santa Catarina registrou até o momento prejuízos nas regiões oeste, meio-oeste, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis e região sul. Os municípios mais afetados são: Abon Batista, Angelina, Antônio Carlos, Araranguá, Arroio do Silva, Balneário Gaivota, Biguaçú, Concórdia, Calmon, Chapecó, Dona Emma, Governador Celso Ramos, Içara, Ilhota, Imbituba, Passo de Torres, Rio do Sul, Santa Rosa do Sul, São João do Sul e Sombrio.

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Rio Grande do Sul

Doze cidades já enviaram à Defesa Civil decretos de situação de emergência por causa das chuvas registradas no Rio Grande do Sul no final de semana. Os registros de vento e granizo que acompanharam as chuvas multiplicaram problemas em vários pontos do Estado. A Defesa Civil estima que 45 mil pessoas foram afetadas pelo clima no estado, entre as quais 2,5 mil estão desabrigadas e 4 mil, desalojadas.

Dezessete municípios já solicitaram auxílio à Defesa Civil. A situação de emergência foi decretada, até o momento, em Tabaí, Venâncio Aires, Mato Leitão e São Sebastião do Caí. No Estado, o órgão contabiliza 4 mil residências danificadas.

O 8º Distrito de Meteorologia espera queda acentuada da temperatura entre esta segunda e terça, quando as chuvas devem diminuir no Estado. No espaço de 24 horas, até a manhã desta terça (28), os maiores volumes de chuva foram registrados em Passo Fundo (102,8 mm), Cambará do Sul (100,6 mm), Campo Bom (84,2 mm), São José dos Ausentes (83 mm), Bom Jesus (82,1 mm), Canela (81,8 mm) e Lagoa Vermelha (81,6 mm), informou o coordenador do 8º Distrito, Solismar Prestes. O órgão coleta informações em 46 estações meteorológicas.

Os temporais de sábado e domingo provocaram estragos em pelo menos 25 municípios do Rio Grande do Sul e levaram 12 deles a decretarem situação de emergência, segundo levantamento divulgado pela Defesa Civil no final da tarde desta segunda-feira. O mesmo boletim informa que 7.890 residências foram danificadas pelo vento ou pelo granizo e 166 destruídas. Entre as 45,6 mil pessoas afetadas, 1.188 ainda estavam desabrigadas e 3.600 desalojadas no final do dia. O motorista Rodrigo Monteiro dos Santos, de 38 anos, morreu arrastado pela correnteza quando tentava passar por cima de uma ponte no interior de Canela, no domingo. Outras duas, identificadas como Lindomar Ferreira, 47 anos, e Paulo Francisco Reis Oliveira, 48 anos, estão desaparecidas desde domingo, quando o caminhão em que estavam foi levado pela correnteza do rio Santa Cruz, em São Francisco de Paula.

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A polícia também investiga se o acidente que matou as adolescentes Jordana da Rosa, de 14 anos, e as gêmeas Natália e Naiara Gomes Miquelino, de 13 anos, foi causado por excesso de água na pista da Rota do Sol, no interior de Caxias do Sul. Elas estavam a bordo de um automóvel Fiesta que, desgovernado, bateu com a traseira na frente de um caminhão que trafegava em sentido contrário. O veículo era dirigido por Nelson Miquilino, de 42 anos, pai das gêmeas, que sofreu ferimentos leves. A mulher dele, Maria de Lurdes Gomes, de 43 anos, sofreu fraturas. O motorista do caminhão não se feriu. A tragédia ocorreu ontem à noite (27), num momento em que chovia muito na região.

Os municípios de Tabaí, Venâncio Aires, Vera Cruz, Mato Leitão, Montenegro, São Francisco de Paula, Maquiné, Pareci Novo, Cruzeiro do Sul, Taquari, Constantina e Bom Retiro do Sul já enviaram decretos de situação de emergência à Defesa Civil. A prefeitura de Santa Cruz do Sul indicou que tomará a mesma medida.

As tempestades de granizo deixaram furos em telhados de cerca de 500 casas em Herval, no sul, 500 em Santa Cruz do Sul, 500 em Venâncio Aires e 850 em Vera Cruz, no centro, e 200 em Constantina, no norte do Estado. Em Tupanci do Sul o vento arrancou pinheiros e eucaliptos de uma mata fechada e destelhou casas e galinheiros.

A maioria dos desabrigados, no entanto, está em outras regiões, atingidas por enxurradas. O caso mais grave é o de São Sebastião do Caí, no nordeste, que sofreu sua terceira enchente em menos de dois meses e teve de providenciar abrigos em dois ginásios de esportes e um salão paroquial para cerca de 500 pessoas, enquanto outras 300 foram hospedadas por parentes e amigos. Também há dezenas de desabrigados em São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre.

No final da tarde, observadores da Defesa Civil notaram que os rios pararam de subir. Como não houve chuva forte desta segunda e a perspectiva é de tempo bom e frio para amanhã e quarta-feira, a expectativa é que muitas famílias possam voltar para suas casas nos próximos dias. Mesmo assim, é possível que alguns moradores de zonas ribeirinhas sejam aconselhados a permanecer em abrigos porque há perspectiva de mais chuva a partir de quinta-feira.

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