Temporais alagam 14 cidades do Paraná e afetam quase 6 mil pessoas

Os temporais que caem desde quarta-feira (9) no Paraná alagaram 14 cidades e afetaram quase 6 mil pessoas. Enxurradas, deslizamentos e alagamentos são os responsáveis por deixar 265 desabrigados (que tiveram que deixar suas respectivas casas e que estão em abrigos públicos) 253 pessoas desalojadas (que tiveram que ir para a casa de amigos ou parentes). A região Sudoeste foi a mais atingida pelas fortes chuvas, segundo boletim da Defesa Civil divulgado às 8h30 desta sexta-feira. Ao todo, 1,3 mil casas foram danificadas.

Mais da metade da população de Manfrinópolis, que possui cerca de três mil habitantes, foi atingida pela tempestade – 1,6 mil pessoas. Dessas, 200 permanecem desalojadas e 50 desabrigadas. A enxurrada foi tão intensa que uma mulher, que teve a casa arrastada pela água, morreu. Outra idosa ainda se encontra desaparecida e uma pessoa ficou ferida. As buscas pela mulher desaparecida foram retomadas na manhã desta sexta-feira (11) pelo Corpo de Bombeiros com ajuda de cães farejadores.

O abastecimento de água na cidade continua interrompido e o fornecimento ocorre através de caminhões pipas. Segundo a servidora do Departamento de Educação da cidade, Adriana Merlini, a situação é complicada. “Tem muito entulho, muito barro. A cidade foi destruída. Há três semanas tínhamos comprado carteiras novas para uma escola e agora corremos o risco de perder tudo. A biblioteca municipal foi alagada. Não sei o que conseguiremos salvar”, relata.

Na cidade de Manfrinópolis, o Rio Encantilado subiu mais de dois metros e alagou casas, prédios públicos e estabelecimentos comerciais. Como não há equipe dos Bombeiros na cidade, a corporação de Francisco Beltrão é que está atendendo a situação. Cerca de 80% do centro de Manfrinópolis sucumbiu devido às chuvas.

Segundo Adriana, algumas doações de alimentos e colchões já chegaram à cidade. Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelo único telefone fixo que funciona no município: 46) 3562-1001. Quem está sem condições de permanecer em suas casas está sendo abrigado em uma escola municipal e na Casa Familiar Rural.

Outra cidade que sofreu com alagamentos foi Francisco Beltrão. Segundo o boletim da Defesa Civil, 160 pessoas permanecem desabrigados e estão alojadas em centros comunitários. O nível Rio Marrecas subiu muito rápido e alagou diversas casas na cidade. Segundo Esmeralda Gusmão, da Defesa Civil, o nível do rio chegou a subir 6,5 metros acima do normal. Na manhã desta sexta, o nível ainda estava 4,4 metros acima do que é considerado normal. “Ainda estamos em alerta. As famílias estão em abrigo e estamos monitorando a situação”, afirma. A cidade com mais pessoas atingidas é Bom Jesus do Sul, com 1,9 mil moradores - dessas 35 permanecem desalojadas. Em outra localidade, em Santo Antônio do Sudoeste, as enxurradas atingiram 1,5 mil pessoas e danificou 900 casas.

Ajuda

Para colaborar com as pessoas vítimas das chuvas no Sudoeste, os interessados devem fazer suas doações para o Provopar , nos endereços: Rua Hermes Fontes, 315 – Batel; ou na Rua Sergipe, 1712 - Vila Guaíra. Mais informações pelo telefone (41) 3234-1118

Previsão

As chuvas não devem dar trégua para o Paraná neste final de semana. Segundo o Instituto Simepar, no sábado, um sistema de baixa pressão avança em direção ao estado entre os períodos da madrugada e manhã. Chuvas significativas deverão ocorrer já pela manhã nas regiões oeste e sudoeste do Paraná. Ao longo da tarde a instabilidade avança em direção as demais regiões, com chuvas de intensidades moderadas a fortes e acompanhadas de descargas elétricas.

Energia elétrica

A Copel informa que restam ainda pendentes de atendimento cerca de 200 ocorrências, ou algo como 2 mil unidades consumidoras, que em sua maioria são rurais. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, são situações pontuais espalhadas nas regiões Oeste, Sudoeste e parte do Centro-Sul, numa área superior a 50 mil quilômetros quadrados.

Em Manfrinópolis temos no momento apenas dois domicílios urbanos desligados, o que dá para considerar sistema da Copel como normalizado. Na quinta-feira, cerca de 300 chegaram a ficar sem luz. “Segundo consta, há outras duas casas que sofreram danos de grande monta que dependem de novas instalações elétricas internas”, diz a assessoria. A expectativa é de que o serviço volte ao normal ainda nesta sexta.