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Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita). | Divulgação
Faichecleres: banda agora conta com um novo baixista, Ricardo Junior (primeiro à direita).| Foto: Divulgação

Nova Laranjeiras – O rastro de destruição podia ser visto da BR-277, no Centro-oeste do estado. Minutos depois das rajadas de ventos acima dos 150 quilômetros por hora, Nova Laranjeiras vivia um cenário de guerra: 195 casas completamente arrasadas, outras 318 parcialmente destruídas, 79 feridos graves e quatro mortos. Na época foram contabilizados R$ 6,5 milhões em prejuízos, mais de mil pessoas trabalharam na reconstrução dos imóveis e o vendaval marcou para sempre a vida dos moradores da cidade. O fenômeno virou tema obrigatório na grade curricular do município e foi objeto de estudo de meteorologistas de todo o país.

A vidinha seguia pacata na tarde de 13 de junho de 1997. Por volta das 15 horas, o tempo começou a mudar, o céu escureceu e 45 minutos depois a cidade quase desapareceu do mapa. Sérgio Schafranski, na época com 29 anos, estava em casa com a mãe, dona Tereza, quando a tempestade começou. "Desliguei a tevê e fui para a sala onde estava minha mãe. Ouvi estalos fortes de madeira rachando. Eu caí no chão e não vi mais nada", conta.

Mãe e filho foram arremessados com a casa de madeira a cerca de 50 metros de distância. Feridos e em meio aos escombros, os dois se arrastaram até um porão de uma casa vizinha, que tinha sido atingida parcialmente pelo vento.

"Quando a tempestade diminuiu, eu saí do porão e não reconheci o local onde a gente estava. Havia carros tombados e o quarteirão inteiro havia sido destruído", lembra dona Tereza, com 57 anos. "Foi um milagre a gente ter sobrevivido."

Dez anos depois, tempestades ainda amedrontam os moradores. Basta o tempo fechar para todo mundo correr para dentro de casa, fechar janelas e pedir por proteção divina. Vale simpatia, queimar ramo bento, acender vela. "Quando a previsão do tempo é de temporal eu sinto medo", afirma a professora Sandra Muller. Ela estava grávida de oito meses quando o vento levou sua casa de madeira.

A ventania que atingiu Nova Laranjeiras foi estudada pelo, na época, Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). O fenômeno nunca foi classificado oficialmente como tornado.

De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, a formação de tornado não é comum no Paraná. Pequeno, porém intenso redemoinho de vento, o tornado é formado por um centro de baixa pressão, durante tempestades. Se o redemoinho alcança o chão, a repentina queda na pressão atmosférica e os ventos de alta velocidade (que podem alcançar mais de 350 Km/h) fazem com que o tornado destrua quase tudo o que encontrar no meio de seu caminho. Conforme o instituto, as regiões Oeste e Centro-Oeste são as áreas do estado mais suscetíveis a vendavais.

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