Nova Laranjeiras O rastro de destruição podia ser visto da BR-277, no Centro-oeste do estado. Minutos depois das rajadas de ventos acima dos 150 quilômetros por hora, Nova Laranjeiras vivia um cenário de guerra: 195 casas completamente arrasadas, outras 318 parcialmente destruídas, 79 feridos graves e quatro mortos. Na época foram contabilizados R$ 6,5 milhões em prejuízos, mais de mil pessoas trabalharam na reconstrução dos imóveis e o vendaval marcou para sempre a vida dos moradores da cidade. O fenômeno virou tema obrigatório na grade curricular do município e foi objeto de estudo de meteorologistas de todo o país.
A vidinha seguia pacata na tarde de 13 de junho de 1997. Por volta das 15 horas, o tempo começou a mudar, o céu escureceu e 45 minutos depois a cidade quase desapareceu do mapa. Sérgio Schafranski, na época com 29 anos, estava em casa com a mãe, dona Tereza, quando a tempestade começou. "Desliguei a tevê e fui para a sala onde estava minha mãe. Ouvi estalos fortes de madeira rachando. Eu caí no chão e não vi mais nada", conta.
Mãe e filho foram arremessados com a casa de madeira a cerca de 50 metros de distância. Feridos e em meio aos escombros, os dois se arrastaram até um porão de uma casa vizinha, que tinha sido atingida parcialmente pelo vento.
"Quando a tempestade diminuiu, eu saí do porão e não reconheci o local onde a gente estava. Havia carros tombados e o quarteirão inteiro havia sido destruído", lembra dona Tereza, com 57 anos. "Foi um milagre a gente ter sobrevivido."
Dez anos depois, tempestades ainda amedrontam os moradores. Basta o tempo fechar para todo mundo correr para dentro de casa, fechar janelas e pedir por proteção divina. Vale simpatia, queimar ramo bento, acender vela. "Quando a previsão do tempo é de temporal eu sinto medo", afirma a professora Sandra Muller. Ela estava grávida de oito meses quando o vento levou sua casa de madeira.
A ventania que atingiu Nova Laranjeiras foi estudada pelo, na época, Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). O fenômeno nunca foi classificado oficialmente como tornado.
De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, a formação de tornado não é comum no Paraná. Pequeno, porém intenso redemoinho de vento, o tornado é formado por um centro de baixa pressão, durante tempestades. Se o redemoinho alcança o chão, a repentina queda na pressão atmosférica e os ventos de alta velocidade (que podem alcançar mais de 350 Km/h) fazem com que o tornado destrua quase tudo o que encontrar no meio de seu caminho. Conforme o instituto, as regiões Oeste e Centro-Oeste são as áreas do estado mais suscetíveis a vendavais.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora