Chuvas e ventos fortes atingiram vários pontos do Paraná e provocaram transtornos para a população na tarde de ontem. Na região metropolitana de Curitiba (RMC), 23 mil casas, segundo a Copel, ficaram sem energia elétrica. A chuva também provocou estragos na região Centro-Sul do estado e prejudicou uma feira agropecuária no distrito de Entre Rios, em Guarapuava.
Segundo o engenheiro da Copel Péricles José Neri, a queda de energia na RMC ocorreu às 17h30. Durante o temporal, descargas elétricas e fortes ventos atingiram a parte norte da região metropolitana. Fios da rede elétrica foram rompidos em vários pontos. Seis municípios foram afetados: Piraquara, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Colombo, Pinhais e Almirante Tamandaré. Segundo Neri, a energia seria restabelecida até a meia-noite.
A queda de energia também atingiu a estação de tratamento de água do Rio Passaúna. A Sanepar informou que cerca de 300 mil pessoas em Curitiba e Araucária poderiam ter problemas de abastecimento, mas a normalização estava prevista para o fim da noite de ontem.
Curitiba também foi atingida durante a tarde. O céu ficou escuro na capital e chegou a cair granizo em alguns bairros. Os ventos chegaram a 60 km/h, segundo o Instituto Tecnológico Simepar.
No distrito de Entre Rios, em Guarapuava, estava sendo realizada uma feira agropecuária no momento do vendaval, por volta do meio-dia. Barracas foram arrancadas e um barracão caiu. O técnico Robson Mafioleti, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), disse que foi assustador e desanimador ver o estrago provocado pelo temporal. "Foi bem rápido. Coisa de 30 segundos a um minuto. E acabou com o evento", relatou. Os organizadores da feira tentam reorganizar a estrutura para manter a programação prevista para hoje. O Corpo de Bombeiros de Guarapuava não registrou casos de destelhamentos.
Segundo o Simepar, o vendaval foi causado por uma linha de instabilidade climática, que atingiu todo o Sul do estado e deve rumar para o litoral. Ventos fortes foram detectados também em São Mateus do Sul e na Lapa. De acordo com o meteorologista Lizandro Jacobsen, o fenômeno climático causa instabilidades isoladas. "No distrito de Entre Rios os ventos chegaram a 70 quilômetros por hora, mas em Guarapuava não foram registrados problemas", disse. A partir de 50 km/h, os ventos têm potencial destrutivo.