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Temporal paralisa a região central, que fica no escuro

No escuro e impraticável: Rua André de Barros foi iluminada pelas luzes dos carros | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
No escuro e impraticável: Rua André de Barros foi iluminada pelas luzes dos carros (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)
No escuro e com medo de assaltos, lojas do Centro baixaram as portas antes do previsto |

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No escuro e com medo de assaltos, lojas do Centro baixaram as portas antes do previsto

Guarda-chuvas e paciência: longas filas se formaram em pontos de ônibus do Centro |

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Guarda-chuvas e paciência: longas filas se formaram em pontos de ônibus do Centro

Em 15 minutos, o Centro de Curitiba se transformou em um verdadeiro caos. Árvores caídas, falta de energia elétrica, desinformação e um trânsito extremamente complicado transformaram a vida de quem foi pego de surpresa e estava na rua; e também de quem viu tudo assustado, pela janela. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, das 15h45 às 16 horas de ontem choveu 10,2 milímetros na região. A estimativa é de que os ventos tiveram pico de 80 km/h.

A queda da energia elétrica fez com que pelo menos 250 dos 1,3 mil semáforos da cidade ficassem desativados temporariamente. Em aproximadamente cinco bairros, houve diversos pontos de congestionamento. A situação mais caótica foi registrada na região central da capital.

Sem comunicação

Até o início da noite de ontem, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) não havia estipulado um prazo para que todos os sinaleiros voltassem a funcionar normalmente. A assessoria de imprensa da Setran informou que 110 agentes de trânsito circularam em 30 pontos em que o fluxo do tráfego se encontrava mais crítico.

Segundo a Setran, o Centro de Controle Operacional (CCO), que auxilia no monitoramento do trânsito da capital paranaense, ficou inativo devido ao temporal, o que dificultou a comunicação entre os agentes. Isso ocorreu porque na rodoferroviária houve destelhamento de partes dos prédios da Urbs, ALL e Setran – onde fica o CCO.

Ruas e avenidas importantes, como a Marechal Deodoro, Barão do Rio Branco, Doutor Carlos de Carvalho, Emiliano Perneta, Cândido Lopes, Visconde de Nácar, Alameda Cabral e avenida Vicente Machado ficaram com os semáforos inativos.

Tráfego

Além disso, árvores caídas também prejudicaram o tráfego de veículos, como o bloqueio que aconteceu no cruzamento das ruas Doutor Faivre com a Conselheiro Araújo, também no Centro. O mesmo aconteceu no o cruzamento das ruas Doutor Roberto Barroso com a Mateus Leme e também na Rua Teffé.

Hadart Furtadom, que trabalha na região central, foi um dos motoristas que enfrentaram o caos. Com a queda da energia elétrica, ele saiu mais cedo do serviço. Porém, em quase uma hora Hadart havia percorrido pouco mais de dois quilômetros. "Não esperava que ia enfrentar um trânsito desses", disse.

ApagãoComércio fecha as portas mais cedo e calcula o prejuízo

Amanda Audi

Além de filas quilométricas nos pontos de ônibus, congestionamentos e falta de energia elétrica, o "dia do apagão" teve consequências também no comércio. Mais de 8 mil picolés e outras centenas de litros de sorvete podem ter sido perdidos na sorveteria Delícias do Serrado, no Centro. Assim que a energia acabou, por volta das 16 horas, o estabelecimento fechou as portas. Segundo as funcionárias, o prejuízo pode ser de até R$ 30 mil.

Na loja Monalisa, que vende bolsas e sapatos, as funcionárias resolveram abaixar a porta quase totalmente, com medo. "Essa rua não é muito segura e somos todas mulheres. Dá medo de acontecer alguma coisa", disse uma delas, que preferiu não se identificar.

A maioria das lojas que continuou aberta tinha poucos clientes – obrigados a pagar em dinheiro, já que boa parte das máquinas de cartão não estava funcionando. Najla Traya, da loja Dunia Modas, diz que é a primeira vez em cinco anos que falta luz por tanto tempo. Em seu estabelecimento, um casal comprava sapatos infantis. "A gente mora longe, lá em São José dos Pinhais, tinha que comprar agora", disse o pintor Sérgio Ferreira Batista, quando perguntado sobre a experiência de comprar no escuro.

A advogada Gracieli Ribeiro estava presa pelo congestionamento em um estacionamento na Rua José Loureiro. "Estou tentando chegar no Barreirinha. Vamos ver se dá certo", comentou. Na hora da entrevista, por volta das 17 horas, a rua estava quase parada. Muitos carros buzinavam. O Instituto de Identificação da Polícia Civil, na mesma rua, também ficou às escuras. Funcionários disseram que a maioria das pessoas conseguiu atendimento, e apenas duas teriam que voltar no dia seguinte.

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