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O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou nesta terça (23), em São Paulo, que sua pasta irá divulgar boletim nesta terça-feira à tarde recomendando à população o adiamento de eventuais viagens para países onde circula o vírus da gripe A (H1N1). A recomendação será válida, principalmente, para pessoas maiores de 60 anos, crianças até 2 anos de idade e pacientes que passam por tratamento imunodepressivo, como os que fazem quimioterapia para o tratamento de câncer e Aids.

"O período de férias preocupa por causa do aumento da circulação de pessoas, então vamos recomendar que as viagens sejam adiadas, quando possível. Na América do Sul, Chile e Argentina são os países com maior número de casos e os mais preocupantes", afirmou. Ele disse que, se as viagens não puderem ser adiadas, os turistas devem observar as recomendações das autoridades locais, sobretudo onde o vírus da doença circula.

De acordo com Temporão, o forte aumento no número de casos registrados nos últimos dias já era esperado. Isso porque o Ministério ainda aguardava resultados de um grande número de testes. O ministro afirmou que o Sistema de Vigilância, Controle Detecção Precoce e Tratamento está funcionando. Além da recomendação do adiamento de viagens, todas as outras recomendações já divulgadas pelo Ministério permanecem válidas.

As pessoas que tiverem dúvidas sobre a doença devem consultar seus médicos ou os sistemas de informação do Ministério, por exemplo, no endereço eletrônico do Ministério da Saúde. De acordo com Temporão, o Ministério fortaleceu a vigilância nas fronteiras secas, além de portos e aeroportos para ter um controle detalhado das pessoas que entram no País provenientes de áreas atingidas pela nova gripe. "A situação é de tranquilidade. Não existe transmissão sustentada no Brasil, todos os casos autóctones foram originados de pessoas contaminadas em outros países, o que caracteriza uma transmissão limitada.

Ao falar sobre o fechamento de escolas em São Paulo, por conta da doença, o ministro recomendou que nenhuma atitude seja tomada sem que antes as autoridades sanitárias sejam consultadas. "É compreensível que pais e professores se sintam inseguros, mas é preciso consultar as autoridades."

Sobre a cidade gaúcha de São Gabriel, onde o prefeito decretou estado de emergência por causa da nova gripe, suspendendo aulas em todas as escolas e proibindo eventos com aglomeração de pessoas, como festas e shows, o ministro disse que a decisão do prefeito foi por conta própria e não houve consulta ao Ministério da Saúde. "Estamos acompanhando este caso de perto, mas a situação está sob controle." O ministro participa hoje da inauguração do novo ambulatório do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, que terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

São Paulo

Mais cedo, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo divulgou nota recomendando a que as pessoas evitem viajar para a Argentina e o Chile em razão do risco de contágio pelo vírus da gripe A (H1N1). A recomendação também é válida para os demais países da América do Sul que registram transmissão da doença. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, não há nenhuma proibição.

A recomendação envolve uma restrição especial para mulheres grávidas, pessoas imunodeprimidas (como pacientes com câncer e em tratamento de Aids, por exemplo), crianças menores de dois anos e idosos com 60 anos ou mais. Essas pessoas deverão evitar ao máximo se deslocar para outros países da América do Sul onde há transmissão da doença, pois o risco de terem complicações em decorrência da infecção pelo vírus da nova gripe é maior nestes grupos populacionais.

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